Pinterest aposta na América Latina para expansão de via de e-commerce

Companhia americana quer juntar tendência de adoção da região por redes sociais à forte presença de lojistas locais no comércio online

Plataforma adicionou ferramentas de compra como os destaques de compras, com conteúdo selecionado por especialistas
05 de Outubro, 2021 | 06:42 PM

Bloomberg Línea — No mês passado, o Pinterest anunciou a expansão dos recursos de pesquisa de compras para mais sete países, incluindo o Brasil e o México. A estratégia, que começou nos Estados Unidos e foi para a Europa, reúne ferramentas que facilitam a busca por lojas e produtos online, em uma guinada rumo ao e-commerce que vê a América Latina como principal expoente por conta da forte presença da região nas redes sociais.

Não à toa, a queda do WhatsApp, Facebook e Instagram nesta segunda-feira (5) mostrou como os brasileiros estão ligados a essas plataformas - e como dependem delas para comercializar e divulgar seus produtos, principalmente em tempos de pandemia.

O Pinterest se coloca como uma rede social de inspirações. A plataforma reúne postagens que podem ser organizadas dentro de pastas, para que o usuário possa criar uma curadoria própria sob um guarda-chuva personalizado, como moda, decoração, casamento ou outras temáticas.

O site tem 454 milhões de usuários mensais ativos, sendo que, em dezembro de 2020, Brasil, México e Argentina chegavam a 81 milhões, sendo o Brasil o maior deles. E segundo André Loureiro, diretor de operação para a América Latina, essa presença na região é vista pela empresa como uma oportunidade para crescer.

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“Essa operação vem junto a uma série de investimentos, e o Brasil iniciou essa agenda na América Latina, que é uma região que adota muito determinadas plataformas. O mercado brasileiro está entre o top 3 e é uma importante via de crescimento do e-commerce”.

André Loureiro, diretor de operações do Pinterest na América Latina

Ainda na região, a empresa definiu o México como o hub de engenharia, com um escritório aberto na capital do país em junho deste ano. No Brasil, o escritório existe desde 2014.

Segundo Loureiro, há intenção de expandir os novos serviços para outros países da América Latina, usando os escritórios locais para “trazer o DNA da região” para dentro do desenvolvimento de produtos global da companhia.

Para isso, a ideia é investir em mais parcerias locais e na presença do ecossistema de criadores e influenciadores dentro da plataforma. “É uma região que a empresa olha como muito bons olhos e chegamos com um produto maduro para consolidar”, diz.

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Novos recursos

A plataforma adicionou desde ferramentas como comprar a partir da barra de pesquisa e produtos comparáveis com as fotos que os usuários salvam, até de tecnologia de pesquisa visual, em que os usuários apontam a câmera para itens do mundo real para encontrar similares, à venda pelos parceiros dentro do site.

Encontrado o produto, o site redireciona o cliente para as plataformas das próprias lojas. No momento, segundo o executivo, não há a intenção de integrar uma ferramenta de pagamentos ou de e-commerce dentro da própria plataforma - o que colocaria a empresa como mais um marketplace dentro do segmento.

Os produtos que são divulgados dentro do site fazem parte do programa de lojas verificadas, parcerias com locais como Hering e Tok&Stok. Lojistas interessados podem fazer uma solicitação de verificação dentro da plataforma.

Sobre concorrência com outras plataformas de busca ou as próprias lojas de marketplace, Loureiro rebate que o Pinterest tem o core business focado em inspiração e que, apesar do crescimento da via de e-commerce, a ideia a mesma experiência, “mas voltada para um ambiente onde a compra é acionável”.

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Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.