Investidores buscam barganhas na Europa e embolsam ganhos nos EUA

Bolsas europeias têm alta generalizada com operadores aproveitando preços atrativos de ações; futuros em Wall Street vão no sentido contrário

Primeiros negócios apontam realização de ganhos com futuros em Wall Street e busca por barganhas nas praças europeias
16 de Setembro, 2021 | 07:14 AM

Barcelona, Espanha — As bolsas europeias começaram o dia em alta, embora este movimento esteja mais relacionado com a busca por barganhas do que com uma onda de otimismo. Em Wall Street, ao contrário, o mercado futuro de índice sinaliza perdas, refletindo a realização dos ganhos da última sessão.

O setor elétrico, que ontem pesou sobre as ações nas praças europeias, é hoje um dos destaques de alta. Além disso, empresas de viagens e lazer – que na última sessão reagiram com queda aos dados sobre uma desaceleração da economia chinesa -, lideravam os ganhos no índice Stoxx 600. A principal notícia para o setor é que a companhia aérea de baixo custo Ryanair elevou sua meta de crescimento.

De volta às compras

Ainda que o mercado europeu esteja no azul, os investidores avaliam com preocupação o aumento dos preços de gás e energia elétrica. Para reduzir custos, as indústrias intensivas em energia começam a diminuir o consumo em um momento em que o abastecimento começa a se recuperar. Além das implicações macroeconômicas, as maiores despesas com gás e eletricidade pressionarão as margens de lucro das empresas europeias, hoje no nível mais alto desde 2008.

Às 7h04, no horário de Brasília, os mercados acionários na Europa se comportavam desta maneira:

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  • Stoxx 600 Europe Index subia 0,64%, parax 466 pontos
  • O alemão DAX ganhava 0,43%, para 15.683 pontos
  • Em Paris, o CAC 40 avançava 1,03%, situando-se nos 6.651 pontos
  • O londrino FTSE 100 subia 0,46%, aos 7.048 pontos
  • O IBEX 35 subia 0,64%, para 8.691 pontos

Futuros de ações nos EUA

No mercado americano, os negócios com futuros de ações deixam entrever uma realização de ganhos.

  • O S&P 500 futuro caía 0,16% para os 4.465 pontos
  • Os contratos indexados ao índice Dow Jones perdiam 0,11%, somando 34.664 pontos
  • Os contratos futuros indexados ao índice Nasdaq cediam 0,26%, para 15.456 pontos

Wall Street ontem

A sessão de ontem foi positiva em Nova York, com as ações apresentando a maior alta em quase três semanas. O S&P avançou 0,85%, para 4.480 pontos, a segunda alta em oito sessões de negociação. O Nasdaq 100 valorizou-se 0,82% (15.161 pontos), configurando o primeiro avanço em mais de uma semana. Já o Dow Jones Industrial ganhou 0,68%, alcançando os 34.814 pontos.

Os investidores resolveram suspender por um instante as preocupações em torno de uma desaceleração da economia mundial. Além disso, os negócios foram ajudados pelas ações de energia, repercutindo o disparo dos preços do petróleo.

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O petróleo bruto Brent de referência global subiu acima de US$ 75 por barril pela primeira vez desde o início de agosto.

Em tempo: amanhã será um dia importante para o mercado norte-americano, o Quadruple Witching, quando expiram contratos de futuros e opções sobre índices, futuros sobre ações e opções de ações. O vencimento ocorre uma vez por trimestre, na terceira sexta-feira de março, junho, setembro e dezembro, e testemunha um grande volume de negócios.

Ver mais: Ibovespa cai com dados fracos da China e perspectivas locais

Mercados asiáticos

O mercado asiático fechou mais um dia em queda. O índice Xangai declinou 1,34%, para os 3.607 pontos. O índice Hang Seng, de Hong Kong, fechou com 1,46% de baixa, situando-se nos 24.667 pontos. O japonês Nikkei 225 caiu 0,62%, aos 30.323 pontos.

As atenções continuam dirigidas ao crescimento das vendas no varejo da China, que desacelerou para 2,5% sobre o ano anterior - muito abaixo da estimativa de 7% dos economistas. O investimento em construção cedeu 3,2% nos oito meses do ano, um reflexo do constante aperto das restrições de propriedade por parte do governo como parte de uma campanha contra o risco financeiro.

Além disso, a preocupação em torno de uma eventualmente inadimplência da incorporadora imobiliária Evergrande respinga nos mercados financeiros chineses.

Os desenvolvedores lideraram quedas no Índice de Empresas Hang Seng China, com a Country Garden Holdings Co. - a maior construtora do país por vendas - perdendo 7,2% e a Sunac China Holdings Ltd. despencando 11%. Somente esta semana, as duas ações caíram mais de 21%. A Evergrande protagoniza uma das maiores reestruturações de dívida do país asiático, com passivos que superam os US$ 300 bilhões.

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Ver mais: Maior incorporadora da China pode dar calote em credores, alertam bancos

Confira o comportamento de outros mercados na manhã de hoje:

Petróleo

Ontem, os preços do petróleo ganharam mais de 2,5% depois que um relatório do governo dos EUA mostrou um declínio maior do que o esperado nos estoques de petróleo bruto. O marco de referência Brent fechou em US$ 75,49, um aumento de 2,57%, enquanto os futuros de petróleo bruto da WTI subiram para US$ 72,66, um aumento de 3,12%. De acordo com o relatório americano, o fornecimento de petróleo bruto atingiu o nível mais baixo desde setembro de 2019, depois de cair mais de seis milhões de barris.

  • Em Nova York, os contratos futuros de petróleo caíam 0,14%, para US$ 72,51 o barril.

Moedas

  • o euro cedia 0,40%, para US$ 1,1769
  • o iene subia ligeiros 0,04%, para US$ 109,42
  • a libra esterlina desvalorizava-se 0,18%, cotada a US$ 1,3817

Ouro

  • ouro à vista cedia 0,7%, para US$ 1.782 a onça troy

Cripto

  • o bitcoin subia 0,04%, para US$ 47,969

-- Com informações da Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.