Copersucar agora só vai vender etanol para joint venture com a Vibra

5 bilhões de litros que eram comercializados pela cooperativa passarão a ser vendidos pela nova empresa que será criada. Negócio ainda depende de aprovação do Cade e da ANP

Joint venture entre Copersucar e Vibra Energia deve comercializar 9 bilhões de litros de etanol nos primeiros 12 meses de operação e ter um faturamento de R$ 30 bilhões
30 de Agosto, 2021 | 06:24 PM

São Paulo — A Copersucar vai deixar de comercializar etanol. A empresa que era responsável por vender a produção do combustível de um grupo de 33 usinas da região centro-sul passará a negociar apenas o açúcar produzido pelas indústrias. A partir de agora, os cerca de 5 bilhões de litros de etanol serão comercializados exclusivamente pela nova empresa, ainda sem nome, que nasce a partir da joint venture anunciada hoje com a Vibra Energia, atual nome da BR Distribuidora após a saída da Petrobras.

A expectativa é que a nova empresa negocie cerca de 9 bilhões de litros em seus primeiros 12 meses de operação, entre anidro e hidratado. Além de comercializar os 5 bilhões de litros até então vendidos pela Copersucar, a trading complementará o volume adquirindo o combustível de outras usinas e também importando etanol.

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Na ponta vendedora, a comercializadora atenderá a demanda de aproximadamente 6,5 bilhões de litros da Vibra e também venderá o combustível para outras distribuidoras e também a eventual procura do mercado externo. “Estamos dando mais um passo na liderança do mercado mundial de etanol”, disse João Roberto Teixeira, presidente da Copersucar.

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Na nova empresa, que ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), deve registrar um faturamento de R$ 30 bilhões no primeiro ano de operação, proveniente da venda dos 9 bilhões de litros. Do volume a ser transacionado, cerca de 90% serão originados no mercado interno e 10% por meio de importações. Na comercialização, a expectativa é que as exportações representem entre 10% e 20% do volume negociado.

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“O foco principal da originação e da comercialização será o mercado interno. Vamos trazer o etanol de outros países se houver arbitragem de preço que viabilize a operação. E isso vale também para a exportação”, afirma Teixeira.

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Segundo Wilson Ferreira Júnior, presidente da Vibra, a nova empresa terá regras de governança em linha com as já praticadas pelo grupo, que está listado no Novo Mercado da B3. Apesar de um IPO não estar nos planos no momento, a trading terá um conselho de administração com membros igualitários das duas sócias e também com membros independentes.

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Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.