Vibra (ex-BR Distribuidora) e Copersucar anunciam criação de maior comercializadora de etanol do Brasil

No negócio, que depende ainda de autorização do Cade e ANP, joint venture comprará etanol no mercado, e não somente das usinas da cooperativa, e venderá para outros clientes além da Vibra

BR Distribuidora anunciou, no último dia 19, que passa a se chamar Vibra Energia, iniciando o processo de desvinculação com a estatal, mas ai manter o nome BR em seus oito mil postos espalhados pelo Brasil
30 de Agosto, 2021 | 09:42 AM

São Paulo — A Vibra, novo nome da BR Distribuidora após a saída da Petrobras do seu capital, anunciou, nesta segunda-feira (30), a criação de uma joint venture com a Copersucar para atuar como Empresa Comercializadora de Etanol (ECE), a maior do país, que terá uma estrutura de gestão independente e governança corporativa própria.

Veja mais: Usinas direcionam produção de etanol para gasolina e reduzem oferta do combustível para uso na bomba

Segundo fato relevante divulgado nesta manhã, a Vibra vai adquirir da Copersucar ações representantivas de 49,99% do capital social da ECE pelo valor de R$ 4,999 milhões, mantendo a Copersucar participação de 50,01%, em uma sociedade que será constitutída com capital social de R$ 10 milhões, por determinação regulatória.

Veja mais: Brasil faz primeira exportação de etanol usando sistema de dutos

PUBLICIDADE

“Após as devidas aprovações da operação pelas autoridades competentes, para a entrada em operação, as acionistas irão aportar na nova sociedade mais R$ 440 milhões, na proporção de suas participações. Não haverá aporte de ativos imobilizados dos sócios”, informa a Vibra.

A ex-BR Distribuidora movimenta entre 6 e 6,5 bilhões de litros de etanol, em sua atividade de distribuição. Já a Copersucar é responsável por comercializar entre 4,5 e 5 bilhões de litros de etanol produzidos pelas usinas vinculadas à Cooperativa de Produtores de Cana-de-Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo. “Com a entrada em operação da joint venture, esta passará a ser a responsável por adquirir o volume demandado pela Vibra, bem como por escoar a produção das usinas da Cooperativa. Com isto, entendemos que os volumes totais de comercialização esperados para a joint venture a tornarão a maior comercializadora de etanol do Brasil e uma das maiores do mundo”, citou o fato relevante.

Além do etanol da Copersucar

PUBLICIDADE

Segundo a Vibra, a ECE será livre para comprar etanol no mercado e não somente das usinas da cooperativa, bem como poderá vender etanol para outros clientes além da Vibra, incluindo outras distribuidoras, de modo a aumentar a sua capilaridade e abrangência no mercado de etanol. “Além disso, a ECE passa a ser responsável pelas operações de importação e exportação de etanol que hoje são realizadas pelas suas acionistas”, detalha a Vibra

Segundo a companhia, a formação da nova comercializadora de etanol deverá gerar ganhos de escala “que viabilizarão maior competitividade e diversos tipos de sinergias nas operações, através de melhores controles operacionais, maior capacidade de carregos de estoque, monitoramento constante e visão ampla de todos os processos da cadeia em tempo real, entre outros”.

A formalização da parceira e o fechamento da operação depende do cumprimento de condições usuais para transações desta natureza, incluindo a obtenção de autorização pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e do credenciamento da ECE perente a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).

Fundo imobiliário

A Vibra também informou hoje que celebrou um MoU (Memorando de Entendiemntos), de caráter não vinculante, com a Prisma Capital para constituir um fundo de investimento imobiliário que receberá o aporte de até 238 imóveis da companhia, avaliados em R$ 643,8 milhões, todos eles postos com a bandeira Petrobras.

“A assinatura do MoU representa uma importanta etapa no processo de desmobilização de sua carteira de imóveis, com o objetivo de maximizar a geração de valor para a companhia”, diz a Vibra.

Leia também

PUBLICIDADE

O principal do dia: Mercados têm início de semana tranquilo após Jackson Hole

Com ventos mais fortes que o Katrina, furacão Ida causa enchentes e apagão na costa sul dos EUA

Mercados iniciam semana com ganhos na Ásia, mas efeitos do furacão Ida pressionam o petróleo