Japão tem mais estações de recarga do que carros elétricos

Hoje, os veículos elétricos respondem por apenas 1% da frota, enquanto há centenas de estações se degradando sem uso no país

País tem ainda poucos veículos elétricos
Por Shiho Takezawa
25 de Agosto, 2021 | 06:30 PM

Bloomberg — O primeiro-ministro Yoshihide Suga prometeu que o Japão será neutro nas emissões de carbono até 2050. No entanto, o país enfrenta um problema recorrente a empreendimentos criados sob mentalidade de “construir que a demanda aparece”.

Após oferecer subsídios da ordem de 100 bilhões de ienes (US$ 911 milhões) no ano fiscal de 2012 para construção de estações de recarga e estimular a adoção de veículos elétricos, apareceram estações por todos os lados.

Hoje, os elétricos respondem por apenas 1% da frota. Centenas de estações estão se degradando sem uso e outras (com vida média de aproximadamente oito anos) estão sendo completamente desativadas.

O número de estações de recarga de veículos elétricos no Japão caiu para cerca de 29.200 nos 12 meses encerrados em março, comparado a mais de 30.300 no ano anterior, de acordo com a editora de mapas Zenrin. Foi a primeira queda desde 2010, quando a empresa começou a coletar os dados.

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“No próximo ano ou no ano seguinte haverá um pico” para reposição das estações de recarga, disse Tsuyoshi Ito, gestor da divisão de planejamento da e-Mobility Power, uma joint venture entre Tepco e Chubu Electric. Daqui para frente, será fundamental instalar estações em locais convenientes para os usuários e evitar que todas cheguem ao prazo de vencimento simultaneamente, de modo a sustentar a expansão dos carros elétricos, disse ele.

O Japão pretende aumentar o número estações em todo o país para 150.000 até 2030. O setor privado está agindo. A Tepco quer ter 1.000 estações nas rodovias até 2025. A Hitachi está desenvolvendo equipamentos de recarga menores e mais leves, de acordo com a imprensa local.

No entanto, Akio Toyoda, presidente da Associação de Fabricantes de Automóveis do Japão, alertou que a simples adesão a metas é problemática.

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“Eu quero evitar que o objetivo seja simplesmente a instalação”, disse Toyoda em junho. “Se o número de unidades for a única meta, então as unidades serão instaladas onde parecer viável, resultando em baixa utilização e, em última análise, pouca conveniência.”

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