Maersk aposta US$ 1,4 bi em navios de combustível verde

Transporte marítimo é a espinha dorsal do comércio global, responsável por quase 3% das emissões de dióxido de carbono pela ação humana

Emissão de CO2 pelas indústrias aumentou marginalmente nos últimos anos
Por Jack Wittels
24 de Agosto, 2021 | 06:53 PM

Bloomberg — A maior transportadora mundial de contêineres marítimos está investindo US$ 1,4 bilhão em uma frota mais verde.

A AP Moller - Maersk encomendou oito novos navios, cada um ao custo de US$ 175 milhões, que serão entregues a partir de 2024. As embarcações podem ser abastecidas com metanol limpo em vez de combustível à base de petróleo.

“Não queremos mais combustíveis fósseis”, disse Morten Bo Christiansen, diretor de descarbonização da companhia. “Muitos de nossos clientes estão dando bastante apoio a isso.”

O transporte marítimo é a espinha dorsal do comércio global, responsável por quase 3% das emissões de dióxido de carbono pela ação humana. Esse percentual foi aumentando nos últimos anos, segundo dados da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês). Em 2050, essa agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) quer que as emissões totais pelo transporte marítimo caiam pelo menos à metade na comparação com 2008. No ano passado, entraram em vigor regras da IMO destinadas a restringir a poluição do ar ao limitar o teor de enxofre do combustível marítimo.

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A Maersk não é a única transportadora que iniciou a transição. A proprietária de petroleiros Euronav encomendou novos navios que um dia serão capazes de navegar com amônia ou gás natural liquefeito.

A trading de commodities Cargill planeja instalar velas especiais em algumas embarcações.

Em fevereiro, a Maersk avisou que todos os seus navios a serem construídos poderão usar combustíveis neutros em carbono.

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A companhia também anunciou o lançamento em 2023 de um pequeno navio de contêineres capaz de navegar com versões limpas de metanol. Esta última encomenda é muito maior — cada navio pode transportar cerca de 16.000 contêineres.

“Este é um sinal firme para os produtores de combustível de que a demanda do mercado por combustíveis verdes no futuro chega com velocidade”, disse o CEO da Maersk, Soren Skou. Mais da metade dos 200 maiores clientes da empresa já definiu ou está prestes a definir metas de carbono zero ou baseadas em resultados científicos para suas cadeias de abastecimento.

Os novos navios, construídos pela Hyundai Heavy Industries, representam cerca de 3% da capacidade total de contêineres da Maersk. Eles vão substituir os navios mais antigos da frota da empresa, evitando a emissão de aproximadamente 1 milhão de toneladas de dióxido de carbono por ano. A Maersk tem opção de compra de mais quatro navios para entrega em 2025.

A companhia admite que será “desafiador” encontrar metanol carbono neutro em quantidade suficiente para abastecer os navios a partir do primeiro dia de operação. O custo adicional de design para a embarcação navegar com metanol e combustível marítimo com baixo teor de enxofre será equivalente a 10-15% do preço total do navio.

A Maersk planeja usar e-metanol carbono neutro ou biometanol o quanto antes nos novos navios.

Veja mais em bloomberg.com

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