Petrobras recebe sinal verde para início da produção da maior plataforma de petróleo do Brasil

Estatal tem licença do Ibama e da Marinha para começo da produção do primeiro óleo do navio-plataforma FPSO Carioca, nas águas do pré-sal na Bacia de Santos

FPSO afretado pela Petrobras será a maior unidade do Brasil em complexidade e em volume de produção de petróleo, segundo a estatal
18 de Agosto, 2021 | 09:36 AM

São Paulo — A Petrobras recebeu o sinal verde do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da Marinha para iniciar a produção do navio-plataforma FPSO Carioca no campo de Sépia, nas águas ultraprofundas do pré-sal da Bacia de Santos. O FPSO, unidade flutuante capaz de produzir, estocar e transferir petróleo, será o primeiro sistema de produção definitivo a ser instalado no campo e tem capacidade de produção de 180 mil barris de petróleo por dia, o que equivale a aproximadamente 8% da produção de petróleo da companhia.

“O primeiro óleo do FPSO Carioca está previsto para este mês de agosto. A Petrobras está de posse da licença de operação concedida pelo Ibama, autorização da Marinha e está em fase de autorização da ANP para iniciar a produção no campo de Sépia”, respondeu a estatal em e-mail ao questionamento enviado pela Bloomberg Línea sobre a data do início da produção da FPSO, aguardado pelo mercado, já que impacta as projeções sobre os próximos resultados financeiros da companhia.

Esta será a maior plataforma em operação no Brasil em termos de complexidade, informa a Petrobras. Quando atingir o pico de produção, também será a maior unidade em termos de produção de petróleo. De propriedade da Modec, a unidade está afretada pela Petrobras para operar por 21 anos no campo de Sépia. O FPSO Carioca é uma das 13 novas plataformas da Petrobras que entrarão em produção no pré-sal de 2021 a 2025.

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Trajetória do navio: construção na China

O FPSO saiu, no início de julho, do Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ), rumo ao campo de Sépia. A construção do navio-plataforma começou em 2017 na China. Etapas do processo de construção foram realizadas no Brasil, com conteúdo local. Dois módulos foram construídos no estaleiro Brasfels. Esses módulos foram transportados do Brasil para a China onde foi feita a integração destes com todos os demais módulos e o casco da plataforma.

Em novembro de 2020, o FPSO Carioca deixou a China, vindo para o estaleiro BrasFELS, onde, em fevereiro de 2021, foi feita também a construção, verticalização e integração da torre do flare em uma operação especial, dado os seus 135 metros de altura.

Segundo a Petrobras, o volume de Sépia que será produzido por meio do FPSO Carioca tem potencial de arrecadação para o governo, em participações governamentais e tributos diretos, de até R$ 27 bilhões. Quando somados ao que a Petrobras já pagou ao governo no passado, quando contratou a Cessão Onerosa, a arrecadação destes volumes supera R$ 40 bilhões.

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21 plataformas

O FPSO Carioca também pode processar 6 milhões m³ de gás natural por dia e conta com uma planta de processo de 40 mil toneladas para tratamento do óleo, do gás e injeção de gás e água nos reservatórios, segundo a estatal.

A Petrobras prevê investir US$ 46,5 bilhões na produção de petróleo e gás no Brasil até 2025. Atualmente, a estatal possui 21 plataformas em operação no pré-sal, que são responsáveis por 70% da produção de petróleo da companhia.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.