Raízen conclui aquisição da Biosev e aumenta capacidade de produção de energia renovável

Acordo anunciado em fevereiro ainda dependia de participação minoritária na controladora pela Hédera, holding de acionistas da Biosev

Raízen passa a contar com 35 parques de bioenergia e uma capacidade de processamento de 105 milhões de toneladas de cana por safra
11 de Agosto, 2021 | 08:25 AM

São Paulo — Raízen, joint venture de energia renovável entre a Shell e a Cosan, concluiu a aquisição da paulista Biosev, produtora líder de etanol no Brasil, e avançou no processo de transição enérgica com o aumento de capacidade de oferta de energia limpa.

Líder global na produção de biocombustíveis de primeira e segunda geração a partir da cana-de-açúcar, a Raízen tinha anunciado, em fevereiro, um acordo para adquirir a Biosev, mas faltava cumprir condições, como o recebimento de uma participação minoritária na Raízen pela Hédera, holding de acionistas da Biosev.

“A Hédera exerceu o bônus de subscrição emitido por ocasião da Assembleia Geral da Raízen realizada em 1º de junho de 2021, e passou a ser titular de 330.602.900 ações preferenciais de emissão da companhia, representativas de 3,22% do seu capital”, informou o vice-presidente de finanças e diretor de relações com investidores da Raízen, Guilherme José de Vasconcelos Cerqueira, em comunicado enviado no fim da noite de ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

“A conclusão desta operação consolida a posição de liderança da Raízen no processo de transição energética através da ampliação da oferta de energia mais eficiente, limpa e renovável, passando a contar com 35 parques de bioenergia e uma capacidade de processamento de 105 milhões de toneladas de cana por safra, proporcionando uma matriz energética cada vez mais limpa e sustentável”, comunicou o executivo.

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Shell

A aquisição da Biosev é mais um passo de um ano movimentado para a Raízen. Em maio, foi firmado um acordo para prorrogar o Contrato de Licença de Marca de Varejo entre a Shell e a Raízen - segundo o qual os pontos de varejo operados pela Raízen carregam a marca Shell e vendem combustíveis Shell - por mais 13 anos com possibilidade de prorrogação.

Em junho, foi fechado um acordo para a Raízen adquirir os negócios de lubrificantes da Shell no Brasil, e uma decisão de investimento foi tomada para a construção de uma nova planta de biocombustíveis de segunda geração, que deve iniciar a produção em 2023 e responderá por mais 82 milhões de litros de capacidade de produção de etanol celulósico por ano, além dos atuais 38 milhões de litros já produzidos pela Raízen.

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Após a realização do IPO (oferta inicial de ações) no começo do mês e a conclusão da aquisição da Biosev, as participações acionárias da Shell e da Cosan na Raízen serão de cerca de 43,5% cada, embora ambas continuem a deter 50% das ações ordinárias com direito a voto.

A Raízen foi criada em 2011 como uma joint venture entre a Shell e a Cosan. É uma empresa integrada de energia e líder na produção de cana-de-açúcar, etanol e bioenergia no Brasil. Segundo a Shell do Brasil, a Raízen possui 26 unidades de produção, 860 mil hectares de terras agrícolas cultivadas, uma rede de mais de 7.300 pontos de venda com a marca Shell, 1.300 lojas de conveniência Shell Select e mais de 4.000 clientes comerciais no Brasil e na Argentina.

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.