Investidor vai saber quem são as companhias campeãs em agenda ESG no Brasil a partir de 2022

B3 muda metodologia do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) para criar rankings de diferentes setores, a serem divulgados pela primeira vez a partir de janeiro

B3 ouviu o mercado e decidiu alterar a metodologia do seu índice que reúne ações de companhias comprometidas com a agenda ESG
10 de Agosto, 2021 | 12:25 PM

São Paulo — A partir de janeiro de 2022, o investidor vai saber quais as empresas brasileiras de capital aberto que estão mais avançadas na agenda ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança). É quando será divulgada a nova composição do Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE B3), considerado pioneiro na América Latina.

Desenvolvido em 2005, o ISE B3 teve sua metodologia revisada, o que permitiu agora elaborar rankings com as empresas que atenderam ao convite da Bolsa para participar de seu processo de seleção. Um dos critérios para a escolha foi estar entre as 200 ações mais líquidas da B3.

Segundo a assessoria da Bolsa, o índice conta com um Exchange Traded Fund (ETF), o ETF ISUS11 (fundo de índice), listado em 31 de outubro de 2011. Além do ETF, outros 14 fundos de investimento são atualmente indexados ao ISE B3, somando pouco mais de R$ 652 milhões em patrimônio líquido (posição de 30 de junho de 2021).

A nova metodologia inclui a divulgação da nota geral de todas as empresas que participarem do processo de seleção (inclusive as não selecionadas para a carteira), além da pontuação obtida em cada um dos 28 temas que integram as dimensões meio ambiente, governança corporativa e alta gestão, capital humano, capital social e modelo de negócios e inovação, informou a Bolsa.

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A divulgação dos dados permitirá, por exemplo, que investidores direcionem, com maior clareza, seus recursos para empresas com as maiores pontuações no tema ESG segundo o ISE B3. Atualmente, a metodologia do índice não prevê a divulgação das notas individuais nem por temas, não possibilitando a comparação entre diferentes setores e empresas no País, explicou a B3.

“O ISE B3 é um indicador importante para os investidores que estão ávidos por ativos sustentáveis, mas também tem o papel de estimular as empresas a avançarem em suas práticas ESG”, diz Ana Buchaim, diretora-executiva de Pessoas, Marketing, Comunicação e Sustentabilidade da B3.

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A nota sobre mudança do clima passa a ser feita com base no CDP (Carbon Disclosure Project), organização internacional criada por investidores que solicita informações de mudanças do clima para as maiores empresas do mundo. A nota obtida pela companhia no CDP precisa estar igual ou acima da pontuação C para que ela possa fazer parte do índice da B3. O mesmo ocorre com o risco reputacional das empresas, que passa a ser avaliado pela RepRisk, com índice (RRI) sempre menor ou igual a 50 nos dos anos anteriores à divulgação do índice.

A nova metodologia do ISE B3 também aumentará a regularidade de revisão da carteira do índice, permitindo captar eventuais mudanças na gestão das empresas num prazo mais curto. Em vez de uma única avaliação anual, as empresas que integram o índice serão revisadas duas vezes ao ano, em maio e setembro.

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.