Com streaming e bilheteria, Disney supera estimativas e prevê crescimento até 2027

Aumento dos lucros ressalta a reviravolta implementada pelo CEO Bob Iger, que cortou custos e aumentou os preços de parques e serviços, gerando receita e o lucro

Empresa registrou vendas e lucros no quarto trimestre fiscal que superaram as expectativas de Wall Street
Por Thomas Buckley
15 de Novembro, 2024 | 02:13 PM

Bloomberg — A Walt Disney superou as estimativas de Wall Street ao registrar vendas e lucro no quarto trimestre fiscal, além de indicar previsão de crescimento dos lucros para os próximos três anos - caso raro para uma empresa que historicamente não faz projeções de longo prazo.

O lucro por ação, excluindo alguns itens, subiu para US$ 1,14, superando a média de US$ 1,10 das estimativas dos analistas compiladas pela Bloomberg.

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A empresa previu um crescimento de quase dois dígitos nos lucros ajustados no ano fiscal de 2025, em comparação com as estimativas atuais dos analistas, que preveem um crescimento de 4%. Ela projeta aumentos de lucro de dois dígitos para 2026 e 2027, de acordo com um comunicado divulgado na quinta-feira (14). As ações subiram 10% nas negociações do pré-mercado.

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Reviravolta por Bob Iger

O aumento dos lucros no trimestre ressalta a reviravolta implementada pelo CEO Bob Iger.

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Os lucros no período foram impulsionados, em parte, pelo melhor desempenho do estúdio de cinema da Disney, que vem se destacando este ano graças a sucessos de bilheteria, incluindo Divertida-Mente 2 e Deadpool & Wolverine, e pelo segundo lucro trimestral consecutivo em seu negócio de streaming, que inclui o principal serviço de streaming Disney+.

O segmento direto ao consumidor, que também inclui os serviços de streaming Hulu e ESPN+, registrou um lucro de US$ 321 milhões no período, bem acima das estimativas de Wall Street, que eram de US$ 202,9 milhões.

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Os assinantes da plataforma Disney+, incluindo o serviço Hotstar na Índia, cresceram para 158,6 milhões, superando as estimativas dos analistas por uma pequena margem.

A empresa espera um declínio modesto no número de assinantes do Disney+ no primeiro trimestre do ano fiscal de 2025, devido ao impacto dos recentes aumentos de preços e ao término de algumas promoções, disse o diretor financeiro Hugh Johnston em uma entrevista. Ele espera que o crescimento seja retomado nos trimestres seguintes.

O crescimento do negócio de streaming compensou o declínio contínuo das redes de TV tradicionais, que incluem a ABC e canais a cabo, como FX e Disney Channel. O lucro operacional da unidade caiu 38%, para US$ 498 milhões.

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Sem fio

Como outras grandes empresas de mídia, a Disney está se concentrando em um futuro de streaming, já que os consumidores continuam abandonar a TV a cabo. No mês passado, a Comcast disse que está considerando a possibilidade de transformar suas redes a cabo em uma nova empresa.

Johnston, no entanto, sugeriu que a Disney não consideraria um caminho semelhante, pois ele vê uma importante integração entre a TV linear e o streaming.

“Gosto do portfólio do jeito que está. Não mudaria nada”, disse Johnston na CNBC. A cisão dos ativos de cabo exigiria “muita complexidade operacional” e, de qualquer forma, é “um hedge natural”.

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Embora muitos jovens estejam migrando para o streaming, a TV a cabo e a TV em rede ainda atraem espectadores de um grupo demográfico principalmente mais velho, disse ele. "Não quero perder isso, então gostaria de mantê-los como parte do portfólio".

A Disney pretende fortalecer ainda mais sua oferta de streaming com a introdução de um bloco da ESPN no Disney+ em 4 de dezembro, disseram os executivos em comentários preparados antes de uma chamada com analistas. A medida dará aos assinantes acesso à ESPN enquanto estiverem dentro do Disney+, semelhante a uma oferta para assinantes de pacotes com Hulu no Disney+.

Criatividade e desempenho

A unidade de vendas e licenciamento de conteúdo da Disney, que inclui filmes, teve um lucro de US$ 316 milhões, em comparação com um prejuízo de US$ 149 milhões no ano anterior.

O sucesso desses dois pilares ajudou a dar à gerência a confiança necessária para oferecer uma orientação de ganhos para os próximos três anos, disse Johnston.

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“O quarto trimestre encerrou um ano de muito sucesso para a Disney”, disse ele. “Tivemos filmes consecutivos de US$ 1 bilhão e estamos muito entusiasmados que a criatividade está tendo um bom desempenho na Disney.”

O lucro operacional da divisão de parques temáticos da empresa caiu 5,7%, para US$ 1,66 bilhão, em linha com as projeções dos analistas. O lucro dos parques internacionais caiu, pois a Disneyland Paris sofreu a concorrência das Olimpíadas. O comparecimento aos resorts domésticos da empresa permaneceu estável.

Ainda assim, a Disney projeta um crescimento de 6% a 8% na receita operacional da unidade de parques temáticos no próximo ano, impulsionado em parte por dois novos navios de cruzeiro, disse Johnston.

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A empresa planeja recomprar ações no valor de US$ 3 bilhões no ano fiscal de 2025, em linha com o ano passado, e buscará aumentar os dividendos de acordo com os lucros.

Futuro

Iger voltou a liderar a gigante do entretenimento sediada em Burbank, Califórnia, em novembro de 2022, depois de quase dois anos tumultuados, que culminaram com a destituição de seu sucessor escolhido a dedo, Bob Chapek.

Iger cortou custos e aumentou os preços dos parques temáticos e serviços de streaming da empresa, medidas que ajudaram a aumentar a receita e o lucro.

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A outra grande prioridade de Iger é encontrar um sucessor, que a Disney se comprometeu a anunciar no início de 2026. Esse esforço está sendo liderado pelo membro do conselho e ex-CEO do Morgan Stanley, James Gorman, que se tornará presidente da Disney em janeiro.

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