Verde mantém posição na bolsa e amplia em juros ao ver ‘assimetria interessante’

Fundo aponta assimetria como combinação de ‘dinâmica global e ruídos locais’; em 12 meses, o multimercado Verde FIC FIM teve ganhos de 14,29%, versus 12,36% do CDI

Fachada da B3, em São Paulo: Verde segue otimista com alocação em ações brasileiras
09 de Abril, 2024 | 09:36 AM

Bloomberg Línea — Após ganhos em março, o fundo Verde, de Luis Stuhlberger, optou por manter sua alocação na bolsa brasileira e aumentar a exposição à parte curta - de menor prazo - da curva de juros.

“Vemos uma assimetria interessante se formando na parte curta da curva de juros brasileira como combinação da dinâmica global e dos ruídos locais, e gradativamente temos aumentado risco ali”, escreveu a Verde Asset em carta aos cotistas referente ao desempenho de março.

A posição aplicada (à espera da queda das taxas) em juros reais no Brasil foi mantida, enquanto a alocação aplicada em prefixado na parte curta da curva foi aumentada.

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O multimercado Verde FIC FIM teve ganhos de 1,52% no mês passado, superando a variação de 0,83% do CDI. No acumulado de 2024, o fundo sobe 2,15%, abaixo, portanto, da alta de 2,62% do principal benchmark de renda fixa no período.

Em janelas mais longa, de 12 meses, o fundo teve retorno acumulado de 14,29%, versus 12,36% do CDI.

“O Brasil, como de praxe, mais uma vez atravessa a rua para escorregar na casca de banana que está na outra calçada. São ruídos de toda sorte, interferência na gestão de estatais, conflitos entre poderes, agendas macro mal coordenadas”, escreveu a gestora.

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Apesar dos ruídos externos e domésticos, contudo, a Verde destaca que a economia brasileira “segue surpreendendo positivamente e com inflação bem controlada, enquanto os ativos ficam mais baratos”.

Durante evento da Hedge Investments em meados de março, Stuhlberger disse que os sinais apontam para uma oportunidade de compra da bolsa brasileira.

“Normalmente, um sinal de que a bolsa está cara é a grande quantidade de IPOs - mesmo que a gente não saiba se vão ser bons ou ruins. Mas agora não está acontecendo nada do tipo, nem follow-on, um sinal de que é buying opportunity”, disse ele.

No cenário externa, o fundo segue alocado em ações dos Estados Unidos e tem posições aplicadas no juro real americano.

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.