Morre segundo denunciante que alertou sobre segurança de aviões da Boeing

Ex-auditor de qualidade da Spirit AeroSystems, um fornecedor da Boeing, morreu de pneumonia e infecção bacteriana grave, segundo sua tia; ele havia apresentado denúncia sobre má conduta em relação à qualidade

Escritório da Boeing: A morte de Dean ocorre após o o falecimento de outro denunciante da Boeing
Por Phoebe Sedgman
03 de Maio, 2024 | 12:50 PM

Bloomberg — Josh Dean, um ex-auditor de qualidade em um fornecedor da Boeing (BA) que levantou preocupações sobre a segurança do jato 737 Max, faleceu.

“Nossos pensamentos estão com a família de Josh Dean”, disse a Spirit AeroSystems (SPR), que fabrica peças de aeronaves para a Boeing, em um comunicado. “Esta perda repentina é uma notícia chocante aqui e para seus entes queridos.”

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Dean, que tinha 45 anos, foi hospitalizado após desenvolver problemas respiratórios pouco mais de duas semanas atrás e lutou contra pneumonia e MRSA, uma infecção bacteriana grave, informou o Seattle Times, citando sua tia Carol Parsons.

Dean prestou depoimento em uma ação judicial de acionistas da Spirit e também apresentou uma queixa à Federal Aviation Administration (FAA), a agência reguladora de aviação dos EUA, alegando “má conduta grave e grosseira pela alta gestão em relação à qualidade da linha de produção do 737″ na Spirit, segundo reportagem do Seattle Times.

A morte de Dean ocorre após o o falecimento de outro denunciante da Boeing, John Barnett, que morreu de um ferimento autoinfligido em março, segundo relatos da mídia.

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Em uma entrevista ao Wall Street Journal publicada no início deste ano, Dean disse que foi demitido durante a pandemia e, ao retornar para a empresa em maio de 2021, a Spirit havia perdido muitos de seus mecânicos e auditores mais experientes.

Ele alegou que foi posteriormente demitido após apontar furos mal perfurados nos fuselagens, segundo a reportagem. Um porta-voz da empresa disse na época que discordava veementemente das alegações na ação judicial dos acionistas.

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Dean apresentou uma queixa ao Departamento do Trabalho alegando que sua demissão foi em retaliação por levantar preocupações de segurança, segundo o Seattle Times.

O histórico de segurança e cultura de trabalho da Boeing está sob intenso escrutínio após uma série de problemas de controle de qualidade, incluindo o caso de uma porta da fuselagem de um avião que se soltou em pleno ar no início deste ano.

O incidente em um voo da Alaska Airlines fez com que a FAA ordenasse uma paralisação temporária da operação de 171 aviões para inspeção, enquanto as transportadoras em todo o mundo retiraram brevemente seus Max 9 de serviço. Ninguém ficou ferido e o avião pousou em segurança.

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O 737 Max tem uma história conturbada. O jato foi proibido de voar por reguladores de todo o mundo após acidentes fatais na Indonésia e na Etiópia em 2018 e 2019, que mataram centenas de passageiros a bordo.

Após os acidentes, legisladores e outros denunciaram a cultura de segurança da Boeing, levando a bilhões de dólares em vendas perdidas e outros custos.

A ordem de proibição de voo do modelo foi suspensa em novembro de 2020 nos EUA depois que a Boeing fez uma série de atualizações de software e mudanças de treinamento. Outros países então seguiram os EUA.

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