EUA atacam alvos iranianos na Síria e no Iraque depois de mortes de soldados

Ofensiva atingiu 85 alvos ligados ao Irã e a grupos afiliados, segundo comunicado do Comando Central; há uma semana, base americana na Jordânia sofreu ataque de drones

U.S. Army transfer team salutes as the remains of service members killed in Jordan are placed in a vehicle during a dignified transfer at Dover Air Force Base on Feb. 2 in Dover, Delaware. Photographer: Kevin Dietsch/Getty Images
Por Jennifer Jacobs
02 de Fevereiro, 2024 | 08:43 PM

Bloomberg — Os Estados Unidos lançaram ataques aéreos contra forças e milícias iranianas na Síria e no Iraque como retaliação pelo ataque de drone que matou três soldados americanos há uma semana.

Os ataques envolvem ainda mais a administração de Joe Biden em um conflito que começou com o ataque de militantes do Hamas a Israel em outubro.

Aeronaves, incluindo bombardeiros de longo alcance enviados dos EUA, atingiram 85 alvos em sete locais ligados à Força Quds dos Guardiães da Revolução Islâmica do Irã e a grupos afiliados, conforme comunicado do Comando Central dos EUA.

Os alvos incluíram instalações de comando e controle, centros de inteligência e depósitos de suprimentos para foguetes, mísseis e drones, afirmou o comando.

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Os ataques aéreos eram vistos como praticamente inevitáveis após o ataque de drones em 28 de janeiro a uma base dos EUA na Jordânia, no qual três soldados foram mortos e dezenas ficaram feridos. O presidente Joe Biden disse que mais ataques ocorreriam.

“Nossa resposta começou hoje”, disse Biden em comunicado nesta sexta-feira (2). “Ela continuará em momentos e lugares de nossa escolha.”

Pelo menos na primeira rodada de ataques, Biden optou por não atingir o território iraniano, uma medida que quase certamente teria provocado um contra-ataque e arriscado uma guerra com um importante adversário regional. Autoridades dos EUA haviam prometido uma resposta “multinível”.

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Mesmo assim, direcionar a Força Quds, responsável pelas operações estrangeiras dos Guardiães da Revolução Islâmica, marca uma escalada séria em um conflito que começou com o ataque do Hamas a Israel e a subsequente campanha militar das forças israelenses na Faixa de Gaza.

Os EUA se envolveram cada vez mais no conflito, lançando repetidos ataques para defender as tropas americanas na Síria e no Iraque, e mirando os militantes houthis apoiados pelo Irã no Iêmen, que atingiram navios comerciais no Mar Vermelho, uma via marítima vital para a economia.

O secretário de Defesa, Lloyd Austin, afirmou em comunicado que Biden ordenou mais ações contra a Força Quds e milícias apoiadas pelo grupo, embora tenha se recusado a dizer quando isso aconteceria.

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