Galaxy Digital e as empresas que lideram rali cripto após alta histórica do bitcoin

Criptomoeda ultrapassou o valor de US$ 111.000 e vem se consolidando como reserva de valor com crescente apoio regulatório e legislativo nos EUA de Donald Trump

Criptomoeda ultrapassou o valor de US$ 111.000 e vem se consolidando como reserva de valor com crescente apoio regulatório e legislativo nos Estados Unidos
26 de Maio, 2025 | 05:42 PM

Bloomberg Línea — O bitcoin ultrapassou US$ 111.000 esta semana, atingindo uma nova máxima histórica, impulsionado por uma nova onda de interesse do mercado em ativos com exposição ao ecossistema de criptomoedas.

Este desempenho não representa apenas uma recuperação do impulso visto no início do ano, mas também a validação por investidores institucionais, que veem o criptoativo como uma reserva de valor com crescente apoio regulatório e legislativo nos Estados Unidos.

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Os catalisadores para esta alta foram diversos. Na frente política, o Congresso dos EUA desbloqueou o GENIUS Act, um projeto de lei regulatório que estabelece uma estrutura federal para regular stablecoins. A proposta foi divulgada depois que alguns senadores democratas retiraram sua oposição e agora segue para votação no Senado.

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Paralelamente, os ETFs de bitcoin registraram entradas líquidas de US$ 607 milhões em uma única sessão esta semana, o que ajudou o preço da criptomoeda mais negociada do mundo.

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“O movimento de alta tem sido impulsionado por fatores estruturais, políticos e regulatórios que reforçam a narrativa de legitimação institucional do ecossistema de criptomoedas”, explicou Antonio Di Giacomo, Analista de Mercados Financeiros para a América Latina da XS.

A percepção positiva foi reforçada pela decisão da SEC de adiar suas decisões sobre os ETFs de XRP e Solana, interpretada pelo mercado como um sinal de abertura. “A SEC está sinalizando uma postura menos hostil em relação ao ecossistema de criptomoedas, o que reduz a percepção de risco regulatório no curto prazo”, observou Valentin Fournier, analista principal da BRN.

Nesse contexto, o ETF Bitwise Crypto Industry Innovators, projetado para oferecer exposição a empresas líderes no setor de criptomoedas, serviu como um termômetro para o renovado apetite ao risco.

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Entre seus principais componentes, Galaxy Digital, Core Scientific, Coinbase, MicroStrategy e Marathon Digital registraram altas entre 12% e 81% no último mês, refletindo o crescente otimismo do mercado.

Galaxy Digital e Core Scientific lideram os ganhos

A Galaxy Digital, especializada em serviços financeiros para ativos digitais, consolidou-se como a ação com melhor desempenho no BITQ em maio, com uma alta de 81%.

Essa alta é acompanhada por um consenso unânime entre os analistas: 100% das nove empresas que acompanham a ação recomendam a compra, sem sugestões de manutenção ou venda.

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O preço-alvo médio é de 38,67 dólares canadenses (US$ 28,23), em comparação com o preço atual de 33,84 dólares canadenses (US$ 24,70), o que implica um potencial de valorização adicional de 14,3%.

Por sua vez, a Core Scientific valorizou 55% no último mês, impulsionada por sua estratégia de expansão para além da mineração tradicional de bitcoin.

A empresa, que opera data centers de computação de alto desempenho nos EUA, começou a fornecer serviços de hospedagem para modelos de inteligência artificial, com clientes como a CoreWeave.

De acordo com o relatório da Needham & Company, a empresa “entregou seus primeiros 8 MW de infraestrutura à CoreWeave em abril” e esse progresso “representa um marco importante para a CORZ, à medida que começa a construir seu negócio de hospedagem de computação de alto desempenho com um cliente de inteligência artificial confiável e escalável”.

O mesmo relatório enfatiza a solidez da execução operacional. Além disso, a empresa destaca que “a CORZ possui um amplo portfólio de oportunidades de hospedagem de computação tradicional de alto desempenho que esperamos continuar convertendo em contratos assinados nos próximos trimestres”.

Em 22 de maio, 94,4% dos analistas recomendavam a compra das ações, e o preço-alvo médio era de US$ 18,09, em comparação com o preço atual de US$ 10,83, o que implica um potencial de valorização de 67%. Needham resume a confiança do mercado observando que “a CORZ continua a executar bem e a cumprir seu plano”.

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A Coinbase Global teve uma valorização de 40,63% no último mês. A empresa, que opera uma corretora de criptomoedas regulamentada nos Estados Unidos, recebeu forte apoio do mercado, apesar dos desafios recentes.

Atualmente, 51,4% dos analistas recomendam a compra das ações, 43,2% recomendam a manutenção e apenas 5,4% recomendam a venda. O preço-alvo médio de 12 meses é de US$ 259,34, ligeiramente abaixo do valor atual de US$ 271,95.

Analistas do JPMorgan destacaram a diversificação da receita da empresa, juntamente com seu crescimento em serviços de staking e custódia. O foco da Coinbase em conformidade regulatória, além de sua robusta infraestrutura tecnológica, Logicamente, tem sido citado como uma vantagem competitiva fundamental por diversos participantes do mercado.

A MicroStrategy, por sua vez, consolidou sua posição como um veículo de investimento com exposição direta ao bitcoin.

Suas ações subiram 18,6% em maio, enquanto o preço-alvo médio de mercado é de US$ 522,55, em comparação com o preço atual de US$ 399. 93,8% dos analistas recomendam a compra, com apenas 6,3% mantendo a posição de venda.

De acordo com o Barclays, “a MicroStrategy continua sendo uma opção altamente convincente para obter exposição ao bitcoin”. Essa tese foi reforçada pela recente emissão de títulos conversíveis de US$ 603 milhões, cujo objetivo era adquirir mais bitcoin.

A estratégia de criptomoedas da empresa contribuiu para uma reavaliação de mais de 140% nos últimos 12 meses, refletindo tanto o desempenho do preço do bitcoin quanto a consistência do plano financeiro da MicroStrategy.

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Marathon Digital enfrenta pressão de margem

A Marathon Digital Holdings (MARA), uma das principais mineradoras institucionais de bitcoin, cresceu 12% no último mês, em meio à expansão geográfica e aos desafios operacionais.

A empresa está em processo de diversificação territorial, com operações nos Emirados Árabes Unidos e no Paraguai, e planeja entrar no Quênia. De acordo com Needham, a empresa “está expandindo agressivamente suas operações internacionalmente”.

Em termos de capacidade, o relatório da empresa destaca que “a taxa média de hash da frota da MARA foi de 53,7 EH/s, um aumento de 96% em relação ao trimestre anterior, produzindo 2.285 bitcoins, o que representa uma redução de 8% em relação ao trimestre anterior”. Esse contraste entre capacidade e produção destaca os desafios técnicos e energéticos associados ao crescimento.

No entanto, o JPMorgan enfatiza que a empresa “continua comprometida com suas ambições de longo prazo de se tornar uma empresa líder em mineração de Bitcoin por meio de investimentos em infraestrutura e expansão internacional”.

As ações estão atualmente cotadas a US$ 15,65, com um preço-alvo médio de US$ 20,27, representando um potencial de valorização de quase 30%. O consenso está dividido: 43,8% dos analistas recomendam comprar, 50% recomendam manter e apenas 6,3% recomendam vender.

Carlos  Rodríguez Salcedo

Periodista colombiano, especializado en economía. Fui periodista, editor y macroeditor del diario La República, con experiencia en temas macroeconómicos, empresariales y financieros. Además, pasé por la agencia de noticias Colprensa.