PIB do Brasil cresce 0,9% no segundo trimestre, acima das expectativas

Maior crescimento foi da Indústria (0,9%), seguida por Serviços (0,6%). Já a Agropecuária recuou 0,9%. Em 12 meses, Produto Interno Bruto cresce 3,2%

Indústria de alumínio em Barcarena
01 de Setembro, 2023 | 09:13 AM

Bloomberg Línea — O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um crescimento de 0,9% no segundo trimestre de 2023 na comparação trimestral, com um valor corrente registrado de R$ 2,651 trilhões no período. Os dados foram publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 1º de junho.

Quando comparado com o mesmo trimestre de 2022, o PIB teve um crescimento de 3,4%. No acumulado dos quatro trimestres terminados em junho de 2023, a expansão registrada foi de 3,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

O maior crescimento foi da Indústria (0,9%), seguida pelos Serviços (0,6%). Já a Agropecuária recuou 0,9%. No primeiro trimestre deste ano, a agropecuária tinha sido o destaque, e o PIB cresceu 1,8%.

O resultado veio 0,6 ponto acima das estimativas da Bloomberg, que previa uma aceleração para 0,3% sobre o trimestre anterior.

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De acordo com o IBGE, a atividade econômica do país opera 7,4% acima do patamar pré-pandemia, referente ao quarto trimestre de 2019, e atinge o ponto mais alto da série.

“O que puxou esse resultado dentro do setor de serviços foram os serviços financeiros, especialmente os seguros, como os de vida, de automóveis, de patrimônio e de risco financeiro.

Também se destacaram dentro dos outros serviços aqueles voltados às empresas, como os jurídicos e os de contabilidade, por exemplo”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE em nota publicada pelo instituto, Rebeca Palis.

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Indústria

A expansão com destaque do segundo trimestre é relacionada aos resultados positivos das indústrias extrativas (1,8%) da construção (0,7%), da atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,4%) e das indústrias de transformação (0,3%).

Nas indústrias extrativas, o destaque é a extração de petróleo e gás e a de minério de ferro, produtos relacionados à exportação. A variação do segundo trimestre é a quinta seguida positiva do setor extrativo. A indústria como um todo segue acima do patamar pré-pandemia, mas não conseguiu superar o ponto mais alto da sua série histórica, alcançado no terceiro trimestre de 2013.

Agropecuária

A agropecuária foi o único dos três grandes setores da economia a recuar no trimestre (-0,9%). A retração veio após o avanço de 21,0% no primeiro trimestre e se deve, principalmente, à base de comparação elevada. O resultado é menor porque é comparado ao trimestre anterior, que teve um aumento expressivo. 60% da produção da soja, por exemplo, é concentrada no primeiro trimestre,

Com a diminuição do peso da soja nas contas do segundo trimestre, aumenta a participação de outros produtos, como o café, que cresce menos que o principal produto agrícola do país.

Serviços

Principal setor da economia, com de 70% de peso, a alta trimestral de 0,6% do setor influencia ainda mais a expansão do PIB. Os serviços financeiros, especialmente os seguros, foram destaques de acordo com o IBGE. O setor de serviços está há 12 trimestres sem variações negativas e também se encontra no ponto mais alto da sua série.

Comparação anual

Considerando o crescimento do PIB de 3,4% na comparação com o mesmo trimestre de 2022, os setores tiveram o seguinte desempenho anual: a agropecuária cresceu 17,0%, o melhor resultado entre os setores. Essa alta é relacionada ao bom desempenho de alguns produtos como a soja, o milho, o algodão e o café. As estimativas da pecuária também contribuíram com o resultado.

Já a indústria cresceu 1,5%, com destaque para as indústrias extrativas, que se beneficiaram do aumento na extração de petróleo e gás e de minérios ferrosos.

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Na mesma comparação, os serviços avançaram 2,3%. Entre os setores de destaque estão as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.

Victor Sena

Editor assistente na Bloomberg Línea. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Especializado em cobertura de economia.