Viagem mais cara: onda de turismo no Japão impulsiona preços cobrados a estrangeiros

Com mais de 3 milhões de visitantes estrangeiros e relatos de superlotação e mau comportamento por parte de turistas, autoridades estudam ingressos mais caros para atrações

Turista fotografando parque
Por Akemi Terukina
22 de Junho, 2024 | 11:21 AM

Bloomberg — Como o número de turistas estrangeiros não tem mostrado sinais de desaceleração no Japão, as reclamações sobre superlotação e mau comportamento dos visitantes levaram algumas pessoas a procurar maneiras de controlar o fluxo sem perder renda, inclusive ao cobrar preços mais altos de estrangeiros.

O total de turistas estrangeiros alcançou 3,04 milhões em maio, um aumento de 9,6% em relação ao mesmo mês de 2019 e marcando o terceiro mês consecutivo com mais de três milhões de visitas, informou a Organização Nacional de Turismo do Japão na quarta-feira (19). O iene fraco ajudou a estimular o número de visitantes.

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Embora muitas empresas se beneficiem dos gastos dos visitantes no Japão, cuja população está envelhecendo e encolhendo, as multidões começaram a irritar alguns moradores locais, que se sentiram incomodados pela lotação em suas atrações favoritas ou até mesmo por não conseguirem um lugar no ônibus para ir ao trabalho.

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No último sinal de uma reação crescente, o prefeito da cidade de Himeji, no oeste do país, disse no domingo (16) que gostaria de começar a cobrar dos turistas estrangeiros seis vezes mais do que de cidadãos locais para visitar o famoso castelo de 400 anos da cidade.

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Os visitantes estrangeiros devem pagar cerca de US$ 30 para visitar o Castelo de Himeji, considerado Patrimônio da Humanidade, em comparação com cerca de US$ 5 para os residentes locais, disse o prefeito.

Pessoas em fila para entrar em um ônibus

O governador de Osaka, Hirofumi Yoshimura, expressou esta semana seu apoio à ideia e disse que gostaria de fazer o mesmo no Castelo de Osaka, segundo a emissora FNN.

Em Kyoto, os turistas foram proibidos de entrar em partes do histórico distrito de gueixas de Gion, e as autoridades locais em Fujikawaguchiko, na base do Monte Fuji, ergueram em maio uma barreira para impedir que os turistas tirassem fotos de uma loja de conveniência com a montanha ao fundo – um local que se tornou viral nas redes sociais.

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A prefeitura de Yamanashi, uma das duas que atravessam o Monte Fuji, também limitou o número de pessoas autorizadas a escalar a montanha neste verão, em meio a preocupações com superlotação, lixo e resíduos.

Serão permitidas apenas 4.000 pessoas por dia na rota mais popular, com uma nova taxa de 2.000 ienes (US$ 13) imposta a cada alpinista.

O número de turistas estrangeiros que visitam o castelo de Himeji – que foi concluído em 1609 e é um dos doze “castelos originais” que resistiram a guerras, terremotos e incêndios – atingiu o recorde de 400.000 em 2023, representando cerca de 30% do total de visitantes.

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