Brasil volta a ofertar títulos sustentáveis no mercado global e capta US$ 2 bi

As notas com vencimento em 2032 serão utilizadas para pagar uma fração da dívida pública e financiar projetos de sustentabilidade do país, disseram fontes à Bloomberg News

En el corazón de la Amazonia, se extrae bauxita de color óxido de una mina que lleva mucho tiempo enfrentándose a acusaciones de contaminación y apropiación de tierras, que luego se traslada a una refinería costera brasileña acusada de enfermar a miles de personas y que, en última instancia, se utiliza para fabricar el aluminio del F-150 Lightning de Ford..
Por Giovanna Bellotti Azevedo - Maria Elena Vizcaino
20 de Junho, 2024 | 02:21 PM

Bloomberg — O governo do Brasil voltou a acessar os mercados globais de crédito pela segunda vez neste ano, juntando-se a uma série de países em desenvolvimento em fase de venda de nova dívida.

O país ofereceu títulos sustentáveis de sete anos com taxas iniciais na casa de 6,625%, segundo pessoas familiarizadas com o assunto, que falaram à Bloomberg News e pediram para não serem identificadas porque não estão autorizadas a falar sobre o tema.

À noite, o governo confirmou a emissão de US$ 2 bilhões em títulos verdes com vencimento em 2032.

As notas serão utilizadas para pagar uma fração da dívida pública e financiar projetos de sustentabilidade do país.

PUBLICIDADE

Leia também: Morgan Stanley foca na América Latina em meio a tensões globais, diz head para região

A emissão ocorre durante um momento tumultuado para os mercados brasileiros, com ativos que “afundaram” em valor depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro que não está considerando cortes de gastos para enfrentar as crescentes preocupações fiscais.

Seu governo tem lutado para aprovar propostas para aumentar a receita no Congresso. O Banco Central manteve na quarta-feira (19)a taxa Selic inalterada em 10,50%, em uma decisão unânime destinada a acalmar os investidores que estavam cada vez mais céticos em relação aos planos do governo.

“As perspectivas fiscais do país estão se deteriorando lentamente e os fundamentos parecem menos otimistas do que há 12 meses, por isso teríamos gostado de um prêmio para nova emissão mais elevado”, afirmou Anders Faergemann, gestor sênior da Pinebridge Investments.

O Brasil é o mais recente caso de país emergente a tirar vantagem da volatilidade moderada nos mercados globais, já que os investidores apostam que o arrefecimento da inflação forçará o Federal Reserve a cortar as taxas de juros mais cedo.

Nesta semana, a Coreia do Sul contratou bancos para uma potencial venda de títulos, enquanto a República Dominicana e o Peru estão emitindo novos títulos para refinanciar dívidas pendentes.

A maior economia da América Latina vendeu US$ 4,5 bilhões em títulos em dólares em janeiro, uma oferta recorde. Em novembro, vendeu US$ 2 bilhões em títulos de sustentabilidade, em uma emissão havia muito aguardada para apoiar a agenda ambiental de Lula.

PUBLICIDADE

“Tem sido notável ver o Brasil mudar da emissão de Eurobonds apenas uma vez a cada 5 anos para 2 a 3 vezes por ano agora”, disse Guido Chamorro, gerente sênior de portfólio da Pictet Asset Management, em Londres

O Secretário do Tesouro Rogério Ceron disse no mês passado que o plano do Brasil é emitir notas – tanto regulares quanto ESG – pelo menos duas vezes por ano.

Os títulos em dólares do país perderam 0,7% até agora neste ano, ante um retorno de 3% de um índice de pares da Bloomberg.

- Matéria atualizada às 20h37 de 20 de junho com informações do governo sobre a emissão.

Veja mais em bloomberg.com