Deutsche contrata o brasileiro Pedro Goldbaum, ex-Citi, para operação nos EUA

Goldbaum, que liderava negociação de taxas do Citigroup, se juntou ao maior banco da Alemanha para reforçar o negócio no mercado de títulos dos EUA

Deutsche Bank: instituição financeira busca entrar no mercado de títulos dos Estados Unidos
Por William Shaw - Donal Griffin
27 de Fevereiro, 2024 | 12:22 PM

Bloomberg — O ex-co-head de negociação de taxas do Citigroup (C), o brasileiro Pedro Goldbaum, juntou-se ao Deutsche Bank (DB), o maior banco da Alemanha, à medida que a instituição financeira busca entrar no mercado de títulos dos Estados Unidos.

Goldbaum, que deixou o Citigroup no final do ano passado durante a reestruturação do banco americano, junta-se ao Deutsche Bank em Nova York como chefe de negociação de inflação e taxas não lineares de dólar, e de negociação de taxas para a América Latina , de acordo com um comunicado interno.

“Continuamos a contratar talentos excepcionais para nosso negócio nas Américas, enquanto expandimos nossos principais negócios FIC na Europa e na região da Ásia-Pacífico”, disse Panos Stergiou, chefe global do grupo de clientes institucionais do Deutsche Bank, em um e-mail.

Goldbaum é formado em Física pela Universidade de São Paulo (USP) e fez doutorado na mesma área na Universidade Princeton, nos Estados Unidos, segundo o seu perfil do LinkedIn. Além do CIti, ele teve passagens por JP Morgan, Bear Stearns e McKinsey. Ele estava no Citi havia quase 12 anos, baseado em Londres.

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Michael Fisher também se juntará ao Deutsche Bank em março, saindo do Barclays para liderar as negociações de taxas para bancos, seguradoras e entidades do setor público.

Ele trabalhará em parceria com Jessica Dahlman para expandir os negócios com hedge funds e gestores de ativos, de acordo com um comunicado separado. Vignesh Ravi, por sua vez, está se mudando de Londres para Nova York para ajudar a supervisionar os esforços com seguradoras em todas as classes de ativos FIC.

A área de negociação de renda fixa do Deutsche Bank está entre as mais importantes geradoras de receita do banco sediado em Frankfurt, representando quase 28% do total em 2023.

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No entanto, a divisão sempre dependeu de negociações de crédito e financiamento - compra e venda de dívidas corporativas e empréstimos a empresas - ao invés de negociações de taxas, na qual os traders buscam lucrar com títulos do governo e derivativos vinculados às taxas de juros.

A menor presença do banco nas negociações de taxas dos EUA significa que ele perdeu uma onda de receitas que beneficiou todo o setor, à medida que os investidores correm para especular sobre o ritmo das mudanças nas taxas de juros do Federal Reserve e protegerem-se contra oscilações voláteis na participação deles nos Tesouros dos EUA.

Somente em janeiro, o volume médio diário de negociação de títulos do Tesouro dos EUA aumentou 46% em relação ao ano anterior, para US$ 891 bilhões, segundo pesquisa da Coalition Greenwich. Societe Generale e Barclays têm sido alguns dos bancos que estão contratando nessa área desde o final da era de taxas quase zero.

Os 25 maiores bancos do mundo compartilharam US$ 14 bilhões de receita nas negociações de taxas dos EUA no ano passado - o maior valor em mais de uma década. No entanto, o Deutsche Bank ficou apenas na nona posição em termos de tamanho, de acordo com a BCG Expand, o braço de pesquisa da Boston Consulting Group.

Sob a liderança de Goldbaum e sua co-chefe de negociação de taxas, Deirdre Dunn, a área de taxas do Citigroup alcançou a segunda posição em participação de mercado segundo a Coalition Greenwich no primeiro semestre de 2023, subindo da terceira posição em todo o ano de 2022.

- Com a colaboração de Steven Arons e informações complementares da Bloomberg Línea sobre a carreira e a nacionalidade de Pedro Goldbaum.

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