De fintechs como a Brex até o JPMorgan: quem se beneficia da quebra do SVB

Da fintech dos brasileiros Henrique Dubugras e Pedro Franceschi a bancos de Wall St, players começam a se beneficiar com o fechamento da instituição que mais atendia startups

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan: maior banco americana atrai startups interessadas em levar seu capital (Marco Bello/Bloomberg)
Por Ed Ludlow, Priscila Azevedo Rocha, Hannah Levitt e Michael Tobin
10 de Março, 2023 | 04:47 PM

Bloomberg — Alguns bancos e fintechs já começaram a se beneficiar dos recursos de startups que retiraram fundos do agora oficialmente quebrado Silicon Valley Bank (SVB).

O diretor-executivo da Mercury, Immad Akhund, tuitou que seus “DMs + e-mails estão ficando um pouco loucos” e postou um link para quem deseja abrir uma conta.

A empresa se descreve como “empresa de tecnologia financeira, não um banco”, em seu site. Seus serviços bancários são fornecidos pelo Choice Financial Group e pelo Evolve Bank & Trust.

First Republic Bank e Jiko estão entre outras empresas para as quais startups, investidores de VC e seus financiadores transferiram capital, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

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“Estamos aconselhando todo o nosso portfólio a ter duas contas bancárias daqui para frente”, disse Josh Chapman, sócio-gerente da Konvoy Ventures, que dá apoio a startups da indústria de videogames, entre outros.

Uma conta deve ser com uma grande instituição como JPMorgan Chase (JPM) ou Bank of America (BAC), e outra com um banco focado em startups como First Republic, Mercury ou Brex, disse ele.

A Brex é uma das fintechs mais valiosas do mundo, fundada na Califórnia pelos empreendedores brasileiros Henrique Dubugras e Pedro Franceschi.

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Jordi Hays, diretor-executivo da Capital, uma startup que oferece contas correntes de negócios de alto rendimento para startups, disse que esta é “sem dúvida a maior semana na história de nossa empresa em termos de crescimento de depósitos”.

A Capital viu 10 vezes a quantidade de volume de depósitos nesta semana em comparação com a passada e um aumento de dois dígitos na base geral de depósitos, disse Hays.

“É uma posição estranha pois não estou animado para ver um titã de nossa indústria cair”, disse Hays, “mas nos beneficiamos significativamente disso”.

A fintech global Revolut, com sede em Londres, também registrou entradas. Na quinta-feira (9), a unidade que atende empresas registrou fluxos de contas do SVB 16,5 vezes maiores do que o normal, disse uma pessoa familiarizada com o assunto, pedindo para não ser identificada por tratar de assuntos privados.

Em alguns casos, os capitalistas de risco tiveram que facilitar as apresentações entre fundadores e bancos com os quais nunca haviam feito negócios, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

Telefonemas e e-mails vincularam startups não apenas a credores menores, como o Western Alliance Bancorp, mas também a empresas maiores, como Goldman Sachs (GS) e JPMorgan, disseram eles.

O JPMorgan recebeu dezenas de ligações de clientes pedindo para mudar do SVB para o banco, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto. A empresa tem vários ex-veteranos do SVB em sua unidade de capital de risco, que a empresa vem construindo nos últimos três anos.

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Mas nem tudo são boas notícias para os potenciais beneficiários.

O First Republic, um banco da Califórnia que financia startups e empresas de tecnologia, viu suas ações despencarem em nível recorde nesta sexta-feira (10) devido a preocupações de que seu modelo de negócios possa sofrer com problemas semelhantes aos do SVB.

- Com a colaboração de Gillian Tan, Abhinav Ramnarayan e Tom Metcalf.

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