Alemanha planeja banir alguns componentes chineses para a rede 5G, diz jornal

As operadoras serão proibidas de usar peças produzidas pela Huawei Technologies Co. e ZTE Corp., disse o jornal Zeit, citando pessoas do governo alemão

A atitude se aproxima da conduta dos EUA, que vem revisando licenças envolvendo a Huawei por preocupações de segurança nacional.
Por Agatha Cantrill
07 de Março, 2023 | 06:47 AM

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Bloomberg — Alemanha planeja proibir alguns componentes chineses na rede wireless de quinta geração (5G) do país, segundo o jornal Zeit, à medida que as tensões geopolíticas intensificam a pressão sobre legisladores para desfazer um acordo da era Angela Merkel. As operadoras serão proibidas de utilizar determinadas peças produzidas pela Huawei Technologies Co. e pela ZTE Corp., disse o Zeit, citando fontes no governo.

“Restrições de um fabricante sempre confiável com um histórico de segurança muito bom certamente não fazem parte de tornar as infraestruturas mais seguras”, disse por e-mail Patrick Berger, porta-voz da Huawei na Alemanha.

Um porta-voz do Ministério do Interior alemão se recusou a comentar o relatório, e um porta-voz da ZTE não comentou imediatamente.

Berlim está adotando uma linha mais dura em relação à infraestrutura crítica de rede, depois que o governo disse no mês passado que não sabe quão prevalente é o equipamento chinês em seus sistemas móveis. A medida ocorre enquanto os Estados Unidos revisam as licenças existentes para exportar itens para a Huawei devido a preocupações com a segurança nacional.

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Os Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia têm se concentrado cada vez mais nos riscos à segurança apresentados pelas empresas chinesas. A Comissão Europeia proibiu no mês passado que funcionários usem o TikTok em telefones oficiais, depois que o Congresso dos Estados Unidos restringiu o uso do aplicativo em dispositivos federais no ano passado.

Ao contrário de muitos países da UE, a Alemanha originalmente evitou uma proibição total da tecnologia 5G da Huawei, diante da pressão dos EUA para eliminar provedores de infraestrutura chineses. Em vez disso, o governo decidiu que todos os componentes para a rede 5G considerados “infraestrutura crítica de TI” precisam ser certificados pelas autoridades.

A decisão de proibir alguns componentes ocorre à medida que a pressão sobre Berlim para agir aumenta constantemente. Em novembro, a chefe de competição da UE, Margrethe Vestager, disse que os países precisam eliminar o uso de fornecedores de 5G de alto risco “como uma questão de urgência”.

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Os Estados Unidos têm liderado esforços desde a administração Trump para limitar o alcance da Huawei com base em fundamentos de segurança. A Huawei já está sujeita a restrições comerciais dos EUA, e um grupo de senadores, incluindo o líder da maioria, Chuck Schumer, propôs legislação que poderia cortar o acesso da Huawei ao financiamento dos EUA.

Países da UE, incluindo Suécia, Bulgária e Grécia, limitaram o papel da Huawei em sua infraestrutura 5G. Mas a “caixa de ferramentas” do bloco para permitir que os países parem de usar fornecedores arriscados não é vinculativa e permite que países e empresas estabeleçam sua própria política.

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