Astranis, startup de satélite mais valiosa dos EUA, se prepara para 1º lançamento

Avaliada em US$ 1,4 bilhão, a empresa é apoiada pela companhia de venture capital Andreessen Horowitz; segmento espacial recebeu. US$ 6 bilhões em investimento no ano passado

Investidores de venture capital desembolsaram mais de US$ 6 bilhões em tecnologia relacionada ao espaço no ano passado
Por Lizette Chapman
06 de Março, 2023 | 11:11 AM

Bloomberg — Em uma madrugada da semana passada, a startup de satélites geoestacionários Astranis Space Technology Corp. despachou o primeiro produto desenvolvido por ela da sua sede em São Francisco, na Califórnia, até Cabo Canaveral, na Flórida.

A Astranis é uma das maiores startups de satélite nos EUA em valor de mercado - US$ 1,4 bilhão em sua última rodada de financiamento - e faz parte de um grupo seleto de empresas dispostas a operar nas duras condições fora da atmosfera terrestre. É também a primeira empresa a ser apoiada pela companhia de capital de risco Andreessen Horowitz na crescente indústria privada espacial.

O embarque noturno da Astranis - acompanhado por um forte esquema de segurança - foi um marco para a empresa que já opera há sete anos e conta com uma equipe de 300 pessoas. Foram necessários muitos milhões de dólares e quatro anos para construir o produto inaugural, que tem aproximadamente o tamanho de uma máquina de lavar louça industrial quando seus braços estão dobrados. Após seu lançamento no início do mês que vem, o satélite fará parte do que a Astranis espera que seja uma frota de satélites que forneça aos clientes internet banda larga sem fio e conectividade para os militares dos EUA.

O diretor-executivo da Astranis, John Gedmark, observou uma empilhadeira carregando o satélite em um caminhão de 20 rodas na semana passada. “Quando ele estiver em posição e tivermos o rádio sintonizado, vamos estourar alguns champanhes”, disse ele.

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Investidores de venture capital desembolsaram mais de US$ 6 bilhões em tecnologia relacionada ao espaço no ano passado, acima dos quase US$ 2 bilhões investidos cinco anos atrás.

a Andreessen Horowitz, em particular, expandiu seus investimentos nos últimos anos para incluir mais de duas dúzias de startups que diz “apoiar o interesse nacional” - inclusive em segurança pública, manufatura e aeroespacial.

As empresas de satélites e outras startups relacionadas à defesa têm recebido mais atenção à medida que as tensões entre os EUA e a China têm aumentado, e a Rússia fez de uma rede de satélites geoestacionários um de seus primeiros alvos após sua invasão da Ucrânia.

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A mais de 34 mil quilômetros acima da Terra, os satélites geoestacionários aparecem como equipamentos permanentes no céu capazes de fornecer conectividade contínua à internet. Os satélites Astranis têm aproximadamente 15 vezes o tamanho e o custo dos modelos tradicionais, disse a empresa, que desenvolveu um software para permitir que as tripulações terrestres mudem as freqüências dos satélites que já estão no espaço.

Após o lançamento de sua primeira máquina em um foguete SpaceX, a Astranis planeja colocar mais quatro satélites em outro voo SpaceX no final do verão no Hemisfério Norte.

Os clientes da empresa para seus primeiros satélites incluem o Pacific Dataport do Alasca, um provedor de telecomunicações peruano e a empresa de conectividade de voo Anuvu Operations. Também há contratos adicionais de clientes comerciais, a serem anunciados, para lançamentos futuros, e a empresa vem trabalhando com o Departamento de Defesa dos EUA há vários anos.

No mês passado, a Força Espacial dos EUA concedeu um contrato à Astranis no valor de mais de US$ 10 milhões para integrar uma forma de onda desenvolvida pelo governo norte-americano no software da empresa, oferecendo recursos anti-interferência para impedir um ataque cibernético.

Gedmark disse que a Astranis tem como objetivo final construir dois satélites por mês e atender tanto clientes comerciais quanto o governo dos EUA. Ele disse que o ataque da Rússia à rede e satelites da Ucrânia despertou um senso de urgência para a empresa. “Todos nós percebemos que isto não é mais teórico”, disse Gedmark. “Nossos adversários estão indo atrás de valiosos geoativos.”

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