Mexicanos vão às ruas protestar contra reformas eleitorais de López Obrador

Propostas do presidente AMLO, que questiona confiabilidade do sistema, pretendem reduzir o financiamento e o quadro do órgão regulador eleitoral

Milhares de mexicanos protestam na Cidade do México e em cerca de 100 cidades do poaís contra tentativa de reforma eleitoral do presidente López Obrador (Alejandro Cegarra/Bloomberg)
Por Jose Orozco
26 de Fevereiro, 2023 | 07:47 PM

Bloomberg — Milhares de mexicanos foram às ruas neste domingo (26) contra a reforma do sistema eleitoral do presidente André Manuel Lopez Obrador, conhecido como AMLO, com manifestações em todo o país com críticas às mudanças antes das eleições do ano que vem.

Vestindo rosa e branco, as cores do corpo eleitoral, mexcicanos lotaram a praça central da Cidade do México, o Zócalo, segundo imagens transmitidas pela TV Milenio.

Segundo a TV, as pessoas protestavam em mais de 100 cidades. Os mexicanos no exterior também protestaram, inclusive em Madri. Os manifestantes carregavam cartazes com a mensagem: “Não toque no meu voto”.

A reforma de López Obrador pretende reduzir o financiamento do INE, como é conhecido o órgão eleitoral, e reduzir a quantidade de trabalhadores. Para o presidente, o órgão regulador e o tribunal eleitoral não são confiáveis, disse o presidente.

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O Senado aprovou o projeto de lei eleitoral em 22 de fevereiro, depois de o governo não ter conseguido aprovar uma reforma mais ampla que exigia a alteração da constituição. A proposta original incluía mudanças na forma como as autoridades eleitorais são escolhidas.

“Aqui no Zócalo há esperança”, disse Beatriz Pages, organizadora do protesto e ex-parlamentar do partido PRI, em um discurso no protesto na Cidade do México transmitido pela Milenio TV. Pages pediu aos manifestantes que se juntem a ela em “uma longa, longa batalha pela democracia”.

A senadora Josefina Vázquez Mota e o deputado Santiago Creel, ambos do partido de oposição PAN, postaram fotos na manifestação na Cidade do México em suas respectivas contas no Twitter.

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A oposição, que denuncia a reforma como uma tentativa de adulterar as eleições do ano que vem, vai pedir ao Supremo Tribunal Federal que anule a legislação, argumentando que ela requer uma maioria de dois terços no Congresso para alterar a constituição.

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