CEO do Goldman diz que empresários estão menos pessimistas com economia

David Solomon aponta que cenário com soft landing parece mais factível, e colegas de Wall Street concordam que quadro é menos desfavorável neste início de ano

David Solomon, CEO do Goldman Sachs: cresce a chance de um soft landing na economia dos EUA
Por Sridhar Natarajan
15 de Fevereiro, 2023 | 11:49 AM

Bloomberg — O Goldman Sachs (GS) prevê que conduzirá o plano de contratações de forma conservadora neste ano após promover uma das maiores rodadas de cortes de empregos da história da empresa. “Temos um plano de contratação muito mais apertado em 2023″, disse o CEO David Solomon em uma conferência do Credit Suisse Group. “Estamos muito concentrados nas despesas.”

Mas nem tudo é notícia negativa. Solomon disse avaliar que o sentimento entre os diretores-executivos de empresas melhorou nos últimos meses em relação às previsões do ano passado, que apontavam a economia dos Estados Unidos a caminho de uma provável recessão.

“O consenso mudou para um cenário um pouco mais ameno entre os CEOs, de que podemos passar por isso com uma desaceleração econômica mais suave”, disse Salomon. “A chance de um soft landing parece maior agora do que há seis ou nove meses atrás”, disse o executivo.

No mês passado, o Goldman deu início a um plano para eliminar cerca de 3.200 postos de trabalho, ou 6,5% do quadro de funcionários do banco.

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A medida foi tomada para lidar com o cenário de despesas crescentes e receitas e lucros em queda. A desaceleração em várias linhas de negócios, uma dispendiosa investida por clientes de varejo e uma perspectiva incerta dos mercados e da economia estão levando o banco a controlar os custos.

A atividade de M&A (fusões e aquisições) e as taxas de captação de recursos para as empresas foram atingidas pela desaceleração do mercado em Wall Street, e uma queda nos preços dos ativos prejudicou outra fonte de ganhos para a empresa sediada em Nova York.

Na mesma conferência, Sharon Yeshaya, diretora financeira da Morgan Stanley (MS), concordou que a “névoa de incerteza” está começando a se dissipar na atividade comercial, o que poderia dar um impulso aos fees cobrados pelos bancos de investimento.

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O CEO do Bank of America (BAC), Brian Moynihan, disse em evento do BofA Securities Financial Services nesta terça (14) que os consumo ainda está firme, mesmo com a inflação e outros ventos adversos econômicos. Os americanos continuam a gastar, embora a taxa de crescimento dos gastos esteja diminuindo, e eles ainda têm capacidade de contrair empréstimos, disse o CEO.

A respeito das contratações, Moynihan disse que o Bank of America também está focado em reduzir as despesas e o número de funcionários para um padrão histórico, que esteve distorcido pela inversão do “motor” de contratação durante a guerra por talentos no ano passado.

Os investimentos em plataformas digitais têm ajudado a manter estável o número de funcionários nas agências mesmo com o aumento das interações com os clientes, disse Moynihan.

- Com a colaboração de Katherine Doherty.

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