:quality(75)/cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/bloomberglinea/A6S5VHNL3BGLLLEKWEIKKLJPMU.jpg "Analistas estimam queda mais acentuada para ações americanas em ano de recessão")
Bloomberg — As ações americanas enfrentarão queda muito mais acentuada do que muitos pessimistas esperam. O espectro da recessão provavelmente irá agravar sua maior queda anual desde a crise financeira global, de acordo com os estrategistas da Morgan Stanley.
Michael Wilson - há muito tempo um dos mais eloquentes investidores das ações dos Estados Unidos - disse que enquanto os investidores se mostram pessimistas quanto às perspectivas de crescimento econômico, as estimativas de lucros corporativos ainda são muito altas e o prêmio de risco das ações está em seu nível mais baixo desde a corrida até 2008. Isso sugere que o S&P 500 pode cair muito abaixo dos 3.500 a 3.600 pontos que o mercado estima atualmente no caso de uma recessão leve, disse ele.
“O consenso poderia estar e na direção certa, mas errado em termos de magnitude”, disse Wilson, alertando que o índice de referência poderia cair para cerca de 3.000 pontos - ou 22% abaixo dos níveis atuais.
O estrategista - classificado em primeiro lugar na pesquisa Institutional Investor do ano passado - não está sozinho em sua opinião de que as expectativas de ganhos estão muito otimistas. Seus colegas do Goldman Sachs esperam que a pressão sobre as margens de lucro das empresas, as mudanças nas políticas fiscais corporativas dos EUA e a probabilidade de recessão ofusquem o impacto positivo da reabertura econômica da China.
Um dos fatores que norteiam a visão de baixa de Wilson é o impacto do pico da inflação. As ações americanas se recuperaram na semana passada em meio a sinais de que um modesto enfraquecimento das pressões sobre os preços poderia dar ao Federal Reserve (Fed) espaço para abrandar suas altas nas taxas de juros. Wilson, no entanto, advertiu que embora um pico na inflação apoie os mercados de títulos, “também é muito negativo para a rentabilidade”. Ele ainda espera que as margens de lucro continuem a desapontar até 2023.
Os estrategistas do Deutsche Bank, liderados por Binky Chadha, também esperam que os ganhos dos EUA diminuam em 2023. Ainda assim, eles disseram que as ações poderiam subir na temporada final de relatórios do quarto trimestre, apoiadas pelas vendas no final do ano e um baixo posicionamento dos investidores.
Essa visão está em desacordo com os resultados da última pesquisa da MLIV Pulse, que mostrou que os participantes do mercado estão se preparando para uma temporada sombria que empurraria o S&P 500 para baixo durante as próximas semanas. Os resultados de peso começam na sexta-feira com balanços de grandes bancos, incluindo JPMorgan Chase e Citigroup.
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