BTG, Santander, Bradesco e Itaú são os bancos mais expostos à Americanas, diz Citi

Bancos brasileiros podem enfrentar um impacto de 1% a 7% no lucro líquido por causa do episódio da varejista, que reconheceu ter inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões

Descoberta de dívida de R$ 20 bilhões pode afetar os bancos
16 de Janeiro, 2023 | 03:43 PM

Bloomberg Línea — Os bancos Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11), Itaú (ITUB4) e BTG (BPAC11) são as instituições financeiras mais expostas a empréstimos da Americanas, de acordo com uma análise do Citi divulgada nesta segunda-feira (16).

De acordo com o relatório, a exposição em relação ao total de empréstimos dos bancos é de 1,6% para o BTG, 0,6% para o Santander, 0,5% para o Bradesco, 0,3% para o Itaú e 0,1% para o Banco do Brasil.

Em relação aos valores, o Bradesco é o banco com maior a quantia de empréstimos à Americanas, com R$ 4,7 bilhões, seguido de Santander (R$ 3,7 bilhões), Itaú (R$ 3,4 bilhões), BTG (R$ 1,9 bilhão) e Banco do Brasil (R$ 1,3 bilhão).

O Citi estima que o impacto financeiro no lucro líquido dos bancos pode variar de 3% a 7% para Santander, BTG e Bradesco. Já no caso do Itaú e do Banco do Brasil, o impacto deve variar de menos de 1% a 3%.

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Caso isolado

Analistas do Citi veem o caso da Americanas como uma situação isolada e com impacto limitado sobre o setor bancário brasileiro.

“Reiteramos nossa visão de que o caso da Americanas é mais um caso isolado do que uma tendência entre companhias, com impacto limitado sobre o setor bancário”, diz o relatório da equipe liderada por Rafael Frade.

Nesta segunda-feira, as ações dos bancos operavam em forte queda após a Justiça dar decisão favorável à Americanas na sexta-feira (13) suspendendo a execução antecipada de dívidas da empresa. O juiz do caso deu 30 dias para a empresa apresentar um plano ou decidir se entrará com um pedido de recuperação judicial.

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Em relatório, o Citi diz acreditar que um acordo com os credores é a solução mais provável para o caso no momento.

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Filipe Serrano

É editor da Bloomberg Línea Brasil e jornalista especializado na cobertura de macroeconomia, negócios, internacional e tecnologia. Foi editor de economia no jornal O Estado de S. Paulo, e editor na Exame e na revista INFO, da Editora Abril. Tem pós-graduação em Relações Internacionais pela FGV-SP, e graduação em Jornalismo pela PUC-SP.