TSE abre investigação de Bolsonaro em caso sobre questionamento de eleições

Inquérito é aberto pelo corregedor-geral da corte, ministro Benedito Gonçalves, depois de denúncias apresentadas pela coligação do presidente eleito Lula

Jair Bolsonaro no alvo do TSE por suposta tentativa de questionamento dos resultados das eleições
Por Daniel Carvalho - Simone Iglesias
15 de Dezembro, 2022 | 12:48 PM

Bloomberg — O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está investigando o presidente Jair Bolsonaro, o candidato a vice nas eleições, general Braga Netto, e alguns aliados por supostamente lançarem dúvidas sobre o resultado da eleição de outubro e abusar de seu poder durante a campanha.

O ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral da corte, abriu inquérito na quarta-feira (14) para analisar denúncias apresentadas pela coligação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os advogados da coligação afirmam que Bolsonaro e seus aliados buscaram desacreditar e desestabilizar a eleição presidencial, espalhando notícias falsas e desinformações sobre a integridade do sistema de votação.

Os advogados também dizem que o líder conservador abusou de seu poder político e econômico aumentando os valores dos benefícios sociais em ano eleitoral e fazendo pagamentos antecipados aos brasileiros de renda mais baixa em uma tentativa de aumentar suas chances de reeleição.

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“Os investigados envidaram esforços para espalhar notícias falsas sobre o sistema de votação eletrônica e atacar os tribunais eleitorais e superiores, com o objetivo claro de minar a confiança dos eleitores”, escreveu Gonçalves em sua decisão de abrir a investigação.

Ele deu cinco dias para Bolsonaro e seus aliados apresentarem sua defesa.

O gabinete de Bolsonaro não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários da Bloomberg News. O gabinete de seu companheiro de chapa, general Braga Netto, não quis comentar.

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Mandados de busca

Em um caso separado, a Polícia Federal disse nesta quinta-feira (15) que está cumprindo 81 mandados de busca e apreensão contra pessoas que tentaram anular o resultado da eleição pedindo intervenção militar e bloqueando rodovias em todo o país.

Os mandados, expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, visam apoiadores de Bolsonaro em sete estados brasileiros e no Distrito Federal, segundo comunicado da polícia.

Durante a campanha, Moraes ordenou que a polícia fizesse buscas nas casas de empresários que haviam compartilhado mensagens em um grupo privado de WhatsApp defendendo um golpe de estado em caso de vitória de Lula.

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