Saldão do Musk: vendas de ações da Tesla já se aproximam de US$ 40 bilhões

CEO da Tesla negociou entre 12 e 14 de dezembro o equivalente a US$ 3,58 bilhões em ações - a quarta venda do ano; participação de Musk na empresa agora é de 13%

Mesmo com as vendas recentes, o CEO da Tesla desde 2008 continua sendo o maior acionista da empresa, com cerca de 13% do capital
Por Dana Hull
15 de Dezembro, 2022 | 06:36 AM

Leia esta notícia em

Espanhol

Bloomberg — Elon Musk, destronado nesta semana do primeiro lugar do Bloomberg Billionaire Index, das pessoas mais ricas do mundo, se desfez novamente de ações da Tesla - pela quarta vez no ano.

O CEO da Tesla vendeu entre segunda e quarta (dias 12 a 14), por US$ 3,58 bilhões, quase 22 milhões de ações da fabricante de veículos elétricos líder de mercado, de acordo com documento arquivado na noite de ontem na Securities and Exchange Commission (SEC, o órgão regulador do mercado de capitais norte-americano). O total vendido desde o fim do ano passado salta para quase US$ 40 bilhões.

Antes da abertura das bolsas nesta quinta (15), os papéis da Tesla chegaram a cair 3,5%, para US$ 151,33. As ações da Tesla acumulam queda de 55% neste ano, reflexo da preocupação dos investidores com a compra por US$ 44 bilhões do Twitter, além dos temores com relação ao impacto do aumento das taxas de juros, que torna os automóveis mais caros para os consumidores.

Problemas de demanda na China, o maior mercado da Tesla depois dos Estados Unidos, também contribuíram para a queda dos papéis no período.

PUBLICIDADE

Durante o fim de semana, Musk - que está ansioso para fomentar o engajamento na plataforma de mídia social que agora possui - atacou um ex-executivo do Twitter e postou teorias de conspiração que alarmaram até mesmo seus fãs mais fiéis.

Musk tentou durante meses sair do negócio do Twitter, mas fracassou. Para levantar dinheiro suficiente para a compra, ele se desfez de mais de US$ 15 bilhões de ações da Tesla: cerca de US$ 8,5 bilhões em abril e outros US$ 6,9 bilhões em agosto. Em novembro, depois de prometer que havia terminado de vender, ele despejou no mercado outros US$ 3,95 bilhões de dólares de sua participação.

“Esqueci de dizer uma coisa na reunião anual de acionistas da Tesla: assim como meu dinheiro foi o primeiro a entrar, ele será o último a sair.”

Twitter: grandes contas a pagar

Musk usou quantias significativas de dinheiro emprestado, agora no balanço do Twitter, para ajudar a financiar a aquisição. A carga da dívida do Twitter saltou para cerca de US$ 13 bilhões, acima dos US$ 1,7 bilhão pré-transação, juntamente com outras classes de títulos que poderiam ser convertidas em ações.

O Twitter enfrenta agora pagamentos de juros anuais de cerca de US$ 1,2 bilhão, que podem ficar ainda mais caros, já que as taxas que incidem sobre quase metade dessa dívida não são prefixadas e vão oscilar conforme os preços de mercado.

“Correndo o risco de afirmar o óbvio, cuidado com a dívida em condições macroeconômicas turbulentas, especialmente porque o Fed continua a aumentar as taxas”, Musk tuitou esta semana.

As vendas recentes de Musk reduzem sua participação na empresa para cerca de 13%, de acordo com dados da Bloomberg. Musk, CEO da Tesla desde 2008, continua sendo o maior acionista. No fechamento da quarta-feira, sua fortuna ficou em US$ 160,9 bilhões, colocando-o em segundo lugar no Índice Bloomberg Billionaires, atrás do francês Bernard Arnault. Sua fortuna encolheu em US$ 109,4 bilhões este ano.

PUBLICIDADE

- Com a colaboração de Venus Feng e Brian Chappatta.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Investidores da Tesla reclamam de Musk por dedicação ao Twitter

Musk avalia oferecer ações da Tesla como garantia de nova dívida no Twitter