Como o mercado avalia o resultado do Fleury acima da expectativa

Laboratório registrou lucro líquido de R$ 96,7 milhões no terceiro trimestre e crescimento de 11,5% na receita

Fleury tem resultado acima do esperado e corretoras mudam de opinião
04 de Novembro, 2022 | 01:58 PM

Bloomberg Línea — O laboratório Fleury (FLRY3) apresentou um resultado acima da expectativa do mercado para o terceiro trimestre de 2022, com lucro líquido de R$ 96,7 milhões, avançando 0,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida registrada foi de R$ 1,146 bilhão, crescendo 11,5% ano a ano. Os números foram divulgados em comunicado do Fleury na quinta-feira (3).

A Genial Investimentos avalia o resultado como “excelente” e afirma que “a companhia continua a demonstrar sua capacidade de crescimento e rentabilidade, mesmo em um momento difícil para o setor de saúde”, sendo a principal escolha da corretora para a área.

“A diluição das despesas operacionais e o controle dos custos nos comparativos anual e trimestral foram destaques positivos do trimestre [...] A forte base de comparação anual não faz jus à rentabilidade do Fleury, que agora enfrenta uma conjuntura macroeconômica muito mais adversa. Portanto, avaliamos o resultado como positivo, reforçando nossa tese de criação de um ecossistema completo de saúde, pautado no crescimento orgânico e inorgânico”, dizem os analistas. O preço-alvo da ação, segundo a Genial, é de R$ 21,50, com recomendação de compra.

Já o BTG Pactual (BPAC11) mantém os ativos da Fleury como neutros, com preço-alvo de R$ 17,00. Apesar disso, segundo o banco, o viés para os papéis é positivo desde a fusão da companhia com o laboratório Hermes Pardini.

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“Os resultados sólidos do terceiro trimestre reforçam essa visão. Lembramos que a empresa anunciou um aumento de capital privado no mês passado, com o objetivo de levantar até R$ 1,22 bilhão, e o direito de preferência deve ser exercido até 21 de novembro. A expansão de múltiplos dependerá da alocação de capital e da captura de sinergias relacionadas a fusão com o Hermes Pardini”, diz o banco. Segundo a análise do BTG, os resultados mostram uma “boa combinação de expansão da DRE [Demonstração do Resultado do Exercício] e geração de fluxo de caixa operacional”.

O Itaú BBA, de acordo com relatório divulgado na quinta-feira (3), afirma que “os resultados mostraram um sólido crescimento contínuo da receita líquida impulso impulsionado por um forte aumento de volumes, que mais do que compensou o bilhete estagnado e contribuição reduzida dos testes de covid-19″.

Apesar da visão positiva do banco, os analistas enxergam as expectativas de um bom terceiro trimestre como “um dos fatores para o desempenho recente da ação”.

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“Os resultados da empresa confirmaram comentários recentes da área de saúde, indicando que mais indivíduos estão realizando exames — o que é traduzido em um bom momento de crescimento de receita para todas as marcas da Fleury. Dito isso, o ticket médio (receita por exame) ficou estável em relação ao ano anterior, apesar do atual cenário inflacionário, corroborando nossa tese de que o ticket médio deve ficar abaixo da inflação, limitando uma visão mais construtiva de crescimento e ganhos de rentabilidade”, diz o relatório.

Com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 23, o Bank of America (BAC) avalia que os resultados do Fleury são fortes. “A principal discussão agora é quão sustentáveis são esses volumes de exames, e temos duas hipóteses para explicá-los: i) mudança na mentalidade da população, mostrando uma maior necessidade de cuidar da saúde (sustentável), ii) catch-up do volume de testes não realizados durante a covid (não sustentável)”, afirmam os analistas.

O Bank of America diz que o que o deixa mais confiante no potencial do Fleury para continuar crescendo em volumes são “as estratégias que estão sendo implementadas: i) crescimento no serviço móvel; ii) forte pipeline de M&A; iii) ramp-up de novos parceiros hospitalares (B2B)”.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.