Bloomberg — Apenas duas mulheres estavam entre os 14 ganhadores do Prêmio Nobel de 2022, o que evidencia como os prêmios científicos mais prestigiados do mundo ainda carecem de diversidade e inclusão.
Annie Ernaux, autora francesa, ganhou o prêmio de literatura, enquanto Carolyn R. Bertozzi dividiu o prêmio de química com Morten Meldal e K. Barry Sharpless. É uma ligeira melhoria em relação ao ano passado, quando apenas uma mulher foi contemplada com o prêmio.

Desde que o Nobel foi criado há cerca de um século, as mulheres ganharam o prêmio apenas 61 vezes - incluindo os dois prêmios de Marie Curie, para física em 1903 e para química em 1911. O número contrasta com 895 homens laureados e 27 organizações premiadas.
Críticos dizem que os números provam uma realidade sistêmica, especialmente na ciência, com as mulheres enfrentando mais dificuldade e até discriminação do que seus pares masculinos. A situação vem melhorando apenas timidamente.
Um número maior de mulheres ganhou o prêmio desde os anos 2000 em relação ao século anterior, e 2022 representou a marca de cinco anos consecutivos com mulheres laureadas. Além disso, um número maior de mulheres recebeu os prêmios de Paz e Literatura, enquanto a categoria de Ciências Econômicas reconheceu mulheres duas únicas vezes.

No ano passado, Göran Hansson, vice-presidente do Conselho de Administração da Fundação Nobel, disse ao jornal The Guardian que a falta de mulheres premiadas era um reflexo das condições injustas da sociedade, principalmente nos últimos anos, e que muito trabalho precisaria ser feito para mudar isso.
Mas Hansson descartou a introdução de cotas de gênero ou etnia no processo seletivo.
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