Desigualdade de gênero: Nobel tem 2 mulheres entre 14 premiados em 2022

Desde que o prêmio foi criado há cerca de um século, apenas 61 mulheres foram premiadas contra 895 homens; número de vencedoras cresce neste século vs. o passado

A escritora francesa Annie Ernaux, vencedora do Nobel de Literatura em 2022 (Leonardo Cendamo/Getty Images/Via Bloomberg)
Por Kati Pohjanpalo
10 de Outubro, 2022 | 12:58 PM

Bloomberg — Apenas duas mulheres estavam entre os 14 ganhadores do Prêmio Nobel de 2022, o que evidencia como os prêmios científicos mais prestigiados do mundo ainda carecem de diversidade e inclusão.

Annie Ernaux, autora francesa, ganhou o prêmio de literatura, enquanto Carolyn R. Bertozzi dividiu o prêmio de química com Morten Meldal e K. Barry Sharpless. É uma ligeira melhoria em relação ao ano passado, quando apenas uma mulher foi contemplada com o prêmio.

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Premios Nobel a mujeres

Desde que o Nobel foi criado há cerca de um século, as mulheres ganharam o prêmio apenas 61 vezes - incluindo os dois prêmios de Marie Curie, para física em 1903 e para química em 1911. O número contrasta com 895 homens laureados e 27 organizações premiadas.

Críticos dizem que os números provam uma realidade sistêmica, especialmente na ciência, com as mulheres enfrentando mais dificuldade e até discriminação do que seus pares masculinos. A situação vem melhorando apenas timidamente.

Um número maior de mulheres ganhou o prêmio desde os anos 2000 em relação ao século anterior, e 2022 representou a marca de cinco anos consecutivos com mulheres laureadas. Além disso, um número maior de mulheres recebeu os prêmios de Paz e Literatura, enquanto a categoria de Ciências Econômicas reconheceu mulheres duas únicas vezes.

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Prêmios Nobel em 2022

No ano passado, Göran Hansson, vice-presidente do Conselho de Administração da Fundação Nobel, disse ao jornal The Guardian que a falta de mulheres premiadas era um reflexo das condições injustas da sociedade, principalmente nos últimos anos, e que muito trabalho precisaria ser feito para mudar isso.

Mas Hansson descartou a introdução de cotas de gênero ou etnia no processo seletivo.

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