Dólar recua e Ibovespa cai à espera de novas sinalizações do Fed

Temores de uma recessão global seguem ditando o rumo dos mercados; investidores aguardam novas sinalizações do Fed no combate à inflação

Investidores aguardam por mais falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e de outros dirigentes do banco central dos EUA
28 de Setembro, 2022 | 10:28 AM

Bloomberg Línea — Após operar em alta mais cedo, o dólar passou a recuar nesta quarta-feira (28), com temores de que o aumento dos juros leve a economia global a uma recessão.

O sentimento de cautela segue aumentando a volatilidade dos mercados, enquanto investidores aguardam por mais falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e de outros dirigentes do banco central dos Estados Unidos.

Por aqui, o Ibovespa (IBOV) tentou se firmar no campo positivo, mas virou para queda e recuava 0,21% por volta das 10h15 (horário de Brasília).

Ontem, a ata da última reunião do Copom deu um tom hawkish (favorável a juros altos) para o movimento de aperto monetário promovido pelo Banco Central, que manteve a Selic em 13,75% ao ano na semana passada e sinalizou uma pausa no ciclo de alta dos juros.

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Também na terça (26), os dados do IPCA-15, considerada uma prévia da inflação oficial, mostrou nova deflação em setembro, de 0,37%.

Confira o desempenho dos mercados nesta quarta-feira (28):

  • Por volta das 10h15 (horário de Brasília), o Ibovespa caía 0,21%, negociado aos 108.151 pontos;
  • O dólar à vista recuava 0,20%, a R$ 5,37;
  • Entre os contratos de juros futuros, o DI para 2025 subia seis pontos base, a 11,64%;
  • Nos EUA, os índices futuros, que operavam sem direção única, viraram para alta: o Dow Jones subia 0,51%, o S&P 500 0,37%, enquanto o Nasdaq operava estável;
  • Na Europa, as bolsas recuavam: o índice Dax, da Alemanha, por exemplo, caía 0,50%;

Cena externa

No exterior, os índices futuros dos Estados Unidos recuavam enquanto as ações europeias estendiam as quedas. Estrategistas do Citigroup disseram que os investidores estão abandonando a região em níveis vistos pela última vez durante a crise da dívida da Zona do Euro.

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Enquanto isso, os preços do gás natural na Europa subiram depois que a Rússia disse que pode cortar o fornecimento via Ucrânia. A Marinha alemã foi enviada para investigar a suspeita de sabotagem aos oleodutos da Nord Stream.

Na Zona do Euro, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse esta manhã que o aumento de juros na região se dará em “várias reuniões”. Segundo ela, a intenção é devolver o indicador de preços para a meta de 2% e controlar as expectativas de inflação. “Faremos o que temos que fazer, que é continuar subindo as taxas de juros nas próximas reuniões.”

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.