Bloomberg Línea — As preocupações com apertos agressivos das políticas monetárias ao redor do mundo voltam a pesar sobre os mercados nesta sexta-feira (23), levando a quedas nas bolsas da Europa e de Wall Street. A aversão ao risco contribuía para uma valorização do dólar, que rondou os R$ 5,24 na máxima.
Por aqui, o Ibovespa (IBOV), que avançou na sessão anterior puxado pelas commodities e pelo alívio com a pausa no ciclo de alta da Selic, cedia com o sentimento negativo do exterior.
A baixa dos ativos de risco nos mercados globais se aprofundou à medida que o plano do governo do Reino Unido de impulsionar sua economia, com cortes de impostos e gastos, alimentou preocupações sobre uma desaceleração do crescimento.
O rendimento dos títulos de cinco anos do Reino Unido teve seu maior aumento registrado pela Bloomberg News em 30 anos, depois que o Chanceler do Tesouro Kwasi Kwarteng delineou o pacote mais radical de cortes de impostos do governo desde 1972.
A libra caiu para o nível mais baixo desde 1985 e os traders aumentaram as apostas de que o Banco da Inglaterra aumentará as taxas em um ponto percentual em sua reunião de novembro. Investidores e economistas expressaram preocupação de que o pacote leve a dívida do Tesouro a níveis inacessíveis e aumente a inflação.
O movimento de aperto monetário acontece na sequência da decisão do Federal Reserve de quarta-feira (21), na qual a autoridade monetária elevou os juros dos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual, o terceiro aumento consecutivo desta magnitude, levando a taxa para o maior patamar em 14 anos.
Confira o desempenho dos mercados nesta sexta-feira (23):
- Por volta das 14h55 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava cerca de 2,35%, aos 111.394 pontos;
- O dólar à vista avançava 2,27%, a R$ 5,23;
- Nos EUA, o Dow Jones caía 2,04% e o S&P 500, 2,19%, enquanto o Nasdaq caía 2,26%.
-- Atualiza às 14h55
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