WeWork e o antídoto para a volta ao escritório, segundo a CEO para América Latina

Claudia Woods conta em episódio da Casa de Negócio$, websérie da Bloomberg Línea, que empresas e trabalhadores veem novo significado no conceito de jornada flexível

Claudia Woods
20 de Setembro, 2022 | 09:15 AM

São Paulo — Dar novo significado ao trabalho presencial tem sido a busca da WeWork no momento em que empresas se readaptam à volta aos escritórios e tentam entender se o home office veio mesmo para ficar. Ainda que já tenha alcançado uma base de clientes maior do que antes da pandemia, a companhia de coworking líder de mercado tem defendido que a máxima do trabalho flexível vai além de poder ficar em casa.

“O uso já mudou completamente”, disse Claudia Woods, CEO da WeWork na América Latina, em entrevista ao Casa de Negócio$, websérie da Bloomberg Línea. “Não precisa ser mais alugar uma sala. Pode ser alugar uma sala de reunião, fazer um evento ou um happy hour. Isso nasce na pandemia. Enquanto as empresas estão todas em casas, a WeWork pivota para esse modelo de acomodar necessidades de muito curto prazo.”

Claudia contou que esse novo modo de se relacionar com os clientes da WeWork foi o que mais mudou durante a pandemia e que tem ditado uma nova forma de trabalho na companhia, em um momento de recordes de uso e ocupação dos prédios em todos os países da América Latina. “Saímos da venda do metro quadrado para uma parte muito comportamental e cultural dentro das empresas.”

Para a executiva, reconhecida por uma carreira com passagens por grandes companhias, como Uber, ainda há dificuldade de entender que os meios tradicionais de “controle de time, poder e influência” mudaram. “É necessário entender a flexibilidade de horário.”

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“Temos empresas tradicionais, que antes faziam obras e tinham prédios inteiros, hoje buscando a WeWork. Na América Latina toda, 60% dos nossos membros fazem parte de empresas grandes. Temos prédios inteiros dedicados a empresas, há outras em andares inteiros e entrada exclusiva. Essa mudança de entendimento do coworking é o que mais chama atenção.”

Assista a entrevista completa aqui

Expansão da WeWork

Claudia explica que a companhia já está em um momento de expansão, passada a fase mais crítica da pandemia. Recentemente, a WeWork adquiriu operação na Costa Rica e movimentos como esse devem continuar, segundo ela. Há foco também em alguns pilares, entre eles a capilaridade, e não mais somente nos grandes centros econômicos do país.

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“A demanda do espaço como benefício traz a necessidade de estar em mais lugares. Para eu realmente te oferecer isso como benefício, eu tenho que te oferecer se você quiser morar em Salvador (BA) um mês e ter um lugar para trabalhar lá. As pessoas não querem mais ficar o tempo inteiro nos grandes centros.”

Tamanho de cada espaço é mais um dos pilares que a companhia foca no momento. No entanto, com a estratégia de capilaridade, mudou a necessidade de ter espaços enormes. “A dinâmica de composição dos espaços tende a mudar”, conta.

Por último, a forma de relação com a cadeia inteira de valores para construir novas WeWorks em conjunto. Ela explica: “A WeWork pode adquirir só um andar de um prédio e transformar em salas de reunião, em auditórios, salas de aulas. Temos agora uma nova relação de construir o lego dos prédios em conjunto, em vez de antes uma relação muito rígida de fornecedor e cliente.”

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Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.