Morgan Stanley está pessimista sobre lucros corporativos nos EUA

Michael J. Wilson, estrategista do Morgan Stanley, cortou as projeções de crescimento do lucro por ação para o ano

Morgan Stanley
Por Sagarika Jaisinghani
06 de Setembro, 2022 | 10:16 AM

Bloomberg — Um dos bancos de Wall Street mais pessimistas tem uma expectativa ainda mais negativa para os resultados corporativos nos EUA, em meio a um cenário de desaceleração do crescimento econômico.

Michael J. Wilson, estrategista do Morgan Stanley (MS), cortou as projeções de crescimento do lucro por ação para o ano ao dizer que o desaquecimento da economia deve pesar mais sobre o desempenho das ações do que a inflação acelerada e o aperto monetário do Federal Reserve. Em 2023, o estrategista espera que os lucros caiam 3%, mesmo sem uma recessão.

“Acreditamos que os próximos trimestres vão acabar trazendo algumas das revisões para baixo mais significativas das previsões de LPA vistas nos últimos ciclos”, escreveu Wilson em nota nesta terça-feira.

O estrategista, que previu corretamente a queda das bolsas dos EUA neste ano, projeta que os índices acionários atinjam novas mínimas, com o menor otimismo dos investidores após a temporada de balanços do segundo trimestre, que veio mais forte do que o esperado. O S&P 500 já devolveu cerca da metade dos ganhos desde a mínima de junho, já que o Fed indicou que vai seguir com o aumento dos juros para domar a inflação.

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Wilson espera que as “mínimas para este ‘bear market’ provavelmente cheguem no quarto trimestre”.  O estrategista vê o S&P 500 em pelo menos 3.400 pontos, cerca de 13% abaixo dos níveis atuais, sendo que o índice poderia cair para 3.000 no caso de uma recessão.

Estrategistas europeus do Morgan Stanley também esperam que as margens corporativas regionais sejam pressionadas devido à piora da crise de energia e a bancos centrais com políticas monetárias agressivas, disseram na segunda-feira. Já estrategistas do JPMorgan (JPM), por outro lado, preveem que o pico da inflação ajudará a sustentar o mercado acionário pelo resto do ano. Os lucros globais também devem mostrar desempenho “muito melhor desta vez do que durante as crises anteriores”, escreveu o estrategista Mislav Matejka em nota na segunda.

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