Inflação americana e outros 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta quarta-feira (10)

Los clientes compran en un mercado de agricultores en el barrio de Fort Greene de Brooklyn, Nueva York, el sábado 16 de julio de 2022.
10 de Agosto, 2022 | 09:09 AM

Bloomberg Línea — O dia começa com as atenções voltadas mais uma vez aos números do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos, que trazem um panorama do ritmo da escalada da inflação no país. Por aqui, os destaques são os números das vendas do varejo referentes ao mês de junho. O dia também reserva uma agenda de balanços bastante carregada.

Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta quarta-feira (10):

1. Inflação das superpotências

O índice de preços ao consumidor da China, divulgado nesta quarta, mostrou avanço de 2,7% em julho na comparação anual, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS). Já o índice de preços ao produtor teve queda pelo nono mês consecutivo, o que pode indicar uma pressão inflacionária mais moderada sobre a economia do país.

Nos EUA, os preços aos consumidores ficaram estagnados em julho na comparação mensal, acumulando uma alta de 8,5% nos últimos 12 meses. O resultado alivia um pouco da pressão sobre o Federal Reserve, o banco central do país, que tem lutado para conter a inflação com consecutivos aumentos de juros. Do outro lado - o que pode ser um balde de água fria - saíram ontem os números dos custos trabalhistas unitários dos EUA, que tiveram alta de 10,8% no segundo trimestre. O aumento interanual foi o maior desde 1982.

PUBLICIDADE

2. Deflação aqui

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, registrou deflação de 0,68% no mês de julho, pressionado principalmente pela queda nos preços dos combustíveis e da energia elétrica. Os dados foram divulgados ontem, terça-feira (9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o resultado é o menor registrado desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980.

Em julho, os preços da gasolina caíram 15,48%, enquanto os do etanol recuaram 11,38%. De acordo com o IBGE, a gasolina contribuiu com o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens que compõem o índice, com queda de 1,04 ponto percentual.

3. Mercados

Os futuros americanos firmaram alta nesta manhã depois da divulgação de um importante relatório sobre a inflação americana, que seguiu a expectativa de um alívio nos preços. O Dow Jones futuro subia 1,24 às 9h45 (horário de Brasília), o S&P tinha alta de 1,69%, e o Nasdaq futuro, de 2,35%.

PUBLICIDADE

Na Europa, os principais índices operavam em direções mistas no começo do pregão de hoje, também à espera dos números da inflação americana. Depois da divulgação, as bolsas passaram a operar em terreno positivo, com o Stoxx600 subindo 0,59%, enquanto o FTSE, de Londres, subia 0,33%. Enquanto isso, o Dollar Index, que compara a moeda norte americana com uma cesta de outras moedas, caía 1,31%.

4. Manchetes do dia

  • Estadão: TSE avalia atender a questionamentos sobre urnas e reduzir clima tenso com militares
  • Folha de S. Paulo: Equipe de Bolsonaro muda estratégia e adota ofensiva jurídica contra Lula no TSE
  • O Globo: Sob investigação por desvios, Ceperj recebeu R$ 193 milhões da privatização da Cedae
  • Valor: Bancos temem que inflação duradoura afete capacidade de pagamento

5. Agenda

O destaque do dia na agenda local são os números das vendas do varejo referentes ao mês de junho. Mas quem deve ditar o tom dos mercados ao longo do dia é o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. Também por lá saem os números dos estoques no atacado de junho, e da variação de estoques de petróleo semanal (EIA).

A temporada de balanços de hoje continua intensa, com os resultados corporativos após o fechamento do pregão da 3R Petroleum, Banrisul, Braskem, BRF, C&A, Equatorial Energia, Minerva Foods, Aliansce Sonae, Banco do Brasil, MRV, SLC Agrícola, SulAmerica, Petz, Positivo, Santos Brasil, Taesa e Vittia Fertilizantes.

E também...

Os preços do petróleo recuavam nesta manhã, depois que os dados da indústria americana mostraram que os estoques de petróleo do país subiram muito além do esperado na semana passada, o que indica um possível enfraquecimento na demanda. De acordo com o American Petroleum Institute (API) os estoques de petróleo dos EUA subiram cerca de 2,2 milhões de barris na última semana.

Os preços do petróleo tipo WTI caíam 1,86% perto das 8h30, a US$ 88,81 o barril, enquanto o tipo Brent recuava 1,78%, a US$ 94,57 o barril.

--Com informações da Bloomberg News

Leia também

Mercados têm ligeira alta com a aposta de que inflação nos EUA dará um respiro

Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.