Dólar sobe após quatro quedas consecutivas em dia de IPCA e ata do Copom

Em julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou deflação de 0,68%; no ano, inflação acumulada é de 4,77%

Bolsa brasileira avançava na contramão do exterior
09 de Agosto, 2022 | 11:04 AM

Bloomberg Línea — O dólar recuava nesta terça-feira (9), enquanto o Ibovespa (IBOV) avançava com os investidores digerindo dados de inflação de julho e a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom, na qual o Banco Central elevou a taxa básica de juros Selic para 13,75% ao ano.

O movimento contrasta com os mercados externos, que recuam com temores de que a forte pressão inflacionária leve a economia a uma recessão.

Por aqui, em julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou deflação de 0,68%, pressionado pela queda nos preços dos combustíveis, em especial da gasolina e do etanol. Os dados foram divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado é o menor registrado desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980. Em 2022, a inflação acumula alta de 4,77% e, nos últimos 12 meses, de 10,07%.

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No âmbito doméstico, investidores também repercutem a ata da última reunião do Copom que, segundo economistas, deixou transparente a estratégia de fim de ciclo de alta de juros, com a possibilidade de 0,25% na próxima reunião como remota.

Confira o desempenho dos mercados nesta terça-feira (9):

  • Por volta das 10h40 (horário de Brasília), o Ibovespa subia 0,41%, aos 108.843 pontos;
  • O dólar à vista avançava 0,33%, negociado a R$ 5,12;
  • Entre os contratos de juros futuros, o DI com vencimento em 2025 operava estável, a 11,78%;
  • Nos EUA, os índices recuavam: o S&P 500 cedia 0,17% e o Nasdaq, 0,80%, enquanto o Dow Jones operava estável;
  • Na Europa, os índices cediam, em sua maioria: o Dax, da Alemanha, recuava 0,94%, por exemplo;

Bolsas nos EUA

Nos Estados Unidos, os mercados caem com a perspectiva pessimista de outra gigante fabricante de chips somada aos temores de recessão, com traders aguardando o relatório de inflação de quarta (10) para avaliar o caminho do aperto do Federal Reserve, o banco central americano.

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O índice S&P 500 caiu pela quarta sessão consecutiva, enquanto o Nasdaq 100 teve desempenho inferior após a Micron Technology, maior fabricante de semicondutores de memória dos EUA, dizer que as vendas podem ficar no limite inferior ou abaixo de seu último guidance.

A recuperação das ações dos EUA tornou-se frágil, com dados econômicos mais fortes do que o esperado enfraquecendo o otimismo de que o Fed irá moderar o ritmo dos aumentos das taxas. Ainda assim, muitos estão obtendo confiança dos lucros corporativos para empresas do S&P 500 que superaram ou atenderam às expectativas em 81% dos casos.

Os investidores também repercutem uma queda na produção nos EUA pelo segundo trimestre consecutivo à medida que a economia encolhe. O movimento tende a levar a outro aumento nos custos trabalhistas que corre o risco de manter a inflação elevada e complica ainda mais os esforços do Federal Reserve para controlar os aumentos de preços.

-- Com informações da Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.