Compradora relutante: Apple desacelera aquisições enquanto rivais vão às compras

Empresa gastou apenas US$ 33 milhões em pagamentos relacionados a aquisições em seu último ano fiscal e US$ 169 milhões nos primeiros nove meses do atual

El logotipo de Apple Inc. se muestra en la tienda de Apple del Upper West Side en Nueva York, Estados Unidos, el domingo 20 de julio de 2014.  Fotógrafo: Michael Nagle
Por Mark Gurman
08 de Agosto, 2022 | 10:36 AM

Bloomberg — A Apple (AAPL), que costumava comprar uma empresa a cada três ou quatro semanas, diminuiu drasticamente seu ritmo de aquisições nos últimos dois anos, um sinal de que a gigante da tecnologia ficou mais exigente diante de uma economia instável e maior escrutínio do governo.

A empresa gastou apenas US$ 33 milhões em pagamentos relacionados a aquisições em seu último ano fiscal e US$ 169 milhões nos primeiros nove meses do atual, de acordo com registros regulatórios. O volume é bem inferior ao US$ 1,5 bilhão no ano fiscal de 2020.

A Apple é famosa por evitar as grandes aquisições típicas do Vale do Silício. Mas a empresa passou grande parte de sua história comprando startups promissoras, algumas das quais formaram a base para recursos populares, como Siri e Face ID. Em fevereiro passado, o CEO Tim Cook observou que a Apple havia adquirido 100 empresas nos últimos seis anos - mais de uma por mês em média.

Atividade de M&A da Apple desacelerou nos últimos anosdfd

Mas esse fluxo de negócios despencou. A Apple fez apenas duas aquisições conhecidas em 2022: as startups sediadas no Reino Unido Credit Kudos e AI Music. A primeira desenvolveu tecnologia para calcular pontuação de crédito, o que provavelmente ajudará nos esforços da Apple para construir sua própria infraestrutura para produtos financeiros. A outra usou inteligência artificial para gerar música sob medida.

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A única aquisição conhecida da Apple em 2021 foi a compra de Primephonic, um serviço de streaming de música clássica.

Esses números não levam em conta os gastos com conteúdo para o Apple TV+, como compra de programas e acordos de distribuição para campeonatos de beisebol e futebol. Mas os volumes contrastam fortemente com as grandes apostas feitas por outros gigantes da tecnologia.

A Microsoft comprou a Activision Blizzard em janeiro por cerca de US$ 69 bilhões. O Google, da Alphabet, está em vias de adquirir a Mandiant por US$ 5,4 bilhões. E a Amazon na semana passada concordou em adquirir a IRobot, fabricante do aspirador autônomo Roomba, por US$ 1,65 bilhão.

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A Apple tem dinheiro de sobra para gastar se quiser se juntar à festa. Ela encerrou o último trimestre com US$ 179 bilhões em caixa, e pode se mover rapidamente se decidir fazer um acordo. Cook participou da conferência Sun Valley no mês passado em Idaho, um evento conhecido por intermediar megafusões. Por enquanto, porém, a empresa optou por investir dinheiro em recomprar ações e distribuir dividendos.

A Apple não quis comentar sobre sua estratégia de aquisição.

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