Rússia dribla sanções para vender energia e sustentar economia

Com mais sanções impostas e a caminho, país ainda encontra alternativas para sustentar economia

Rússia dribla sanções para vender energia a quem quiser comprar
Por Alan Crawford e Julian Lee
07 de Abril, 2022 | 09:09 PM

Bloomberg — Enquanto a Europa se prepara para se unir aos Estados Unidos para atacar o Kremlin com sanções mais rígidas por sua guerra contra a Ucrânia, há muitos sinais de que a Rússia está encontrando maneiras de sustentar sua economia.

As remessas de Sokol – o tipo de petróleo produzido no extremo leste russo – estão todas vendidas para o próximo mês, e várias empresas chinesas usaram moeda local para comprar carvão russo em março. O fluxo de gás russo para a Europa aumentou desde a invasão em 24 de fevereiro. Nenhuma destas vendas está sujeita a restrições.

A Bloomberg Economics espera que a Rússia ganhe cerca de US$ 320 bilhões com exportações de energia este ano, um aumento de mais de um terço em relação a 2021. O rublo já se recuperou para seu preço pré-guerra em relação ao dólar.

Embora a produção de petróleo da Rússia esteja em queda, a capacidade do país de manter a receita proveniente de energia fluindo e a recuperação da moeda estão frustrando os líderes ocidentais.

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Essa resistência também é uma vitória para o presidente Vladimir Putin, mesmo com o país cada vez mais isolado e os militares russos se retirando de partes da Ucrânia.

As advertências dos EUA à Índia nesta semana contra o alinhamento muito próximo com Moscou mostram que Washington tem consciência das limitações das sanções em um mundo que depende tanto do petróleo, gás e outras commodities russas.

“Não há dúvida de que as sanções financeiras e em outros setores enfraqueceram a economia russa”, Patrick Honohan, membro sênior do Peterson Institute em Washington e ex-membro do Banco Central Europeu, escreveu em blog na quarta-feira (6). “Mas as sanções não chegam a paralisar a economia, contanto que não se interrompa o fluxo de receitas de exportações.”

Reservas de câmbio na Rússia vem caindo após invasão na Ucrânia

Embaixadores da União Europeia se reunirão em Bruxelas para discutir uma quinta rodada de sanções, com propostas para eliminar gradualmente o carvão russo como o primeiro passo para lidar com as importações de energia.

A Comissão Europeia, o braço executivo da UE, também pretende proibir a entrada da maioria dos caminhões e navios russos no bloco, com exceção de produtos agrícolas, ajuda humanitária e energia.

As medidas estão sendo coordenadas com os EUA e o G7, com um novo impulso para aumentar as penas contra Putin após a descoberta de atrocidades cometidas contra civis em cidades ucranianas que foram libertadas do controle russo.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy disse que a nova rodada de sanções parecia “espetacular”, mas que não era suficiente. “Dificilmente pode ser considerado proporcional ao mal que o mundo viu em Bucha”, disse ele.

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Com a Rússia se preparando para uma nova ofensiva no leste da Ucrânia, a China está prestes a receber os primeiros carregamentos de commodities de Moscou pagos em yuan desde que vários bancos russos foram cortados do sistema financeiro internacional.

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