Produtor de ovo exporta para driblar custo mais alto

Vendas externas do Brasil cresceram quase 40% no primeiro bimestre de 2022, com aumento dos embarques para os Emirados Árabes, Omã e Japão

Produtores de ovos apostam na exportação para repassar aumento de custos de produção
17 de Março, 2022 | 05:18 PM

Bloomberg Línea — O aumento dos custos de produção provocado pela valorização das commodities agrícolas no mercado nacional e internacional, em especial soja e milho, está levando os produtores de ovos do país a ampliarem a fatia que as exportações têm em suas receitas. Da mesma forma que os frigoríficos de frango estão encontrando mais espaço para repassar o aumento dos custos nos itens exportados, os produtores de ovos têm seguido a mesma estratégia.

Apenas em fevereiro, o volume das exportações brasileiras de ovos cresceram 35% e superaram a marca de 2 mil toneladas embarcadas ante as 1,55 mil toneladas exportadas no mesmo período do ano passado. Os dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) mostram que, em receita, as vendas externas também foram positivas. No mês passado, os embarques renderam às empresas brasileiras US$ 3,16 milhões, desempenho 50,6% maior que o realizado no segundo mês de 2021, com US$ 2,099 milhões.

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“O setor de ovos tem buscado o mercado internacional para ampliar receitas e reduzir os impactos gerados pelos custos de produção. E as investidas vem gerando ótimos resultados em mercados exigentes, o que comprova o trabalho de excelência executado pelos produtores”, avalia Ricardo Santin, presidente da ABPA.

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No primeiro bimestre, as exportações de ovos totalizaram 4,411 mil toneladas, volume 38,9% maior que das 3,177 mil toneladas embarcadas entre janeiro e fevereiro de 2021. Em receita, as exportações do bimestre alcançaram US$ 6,250 milhões, número 51,4% maior que o resultado registrado em 2021, com US$ 4,128 milhões.

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Principal destino das exportações de ovos do Brasil, os Emirados Árabes Unidos importaram 3,532 mil toneladas no primeiro bimestre, número 49,9% superior às 2,356 mil toneladas importadas no mesmo período do ano passado. Outros destaques foram Omã, com 273 toneladas (+0,6%), e Japão, com 100 toneladas (+13,1%).

Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.