Brasil importa 20 mi de autotestes de covid para redes de farmácias

Exame importado pela CPMH é indicado para quem tem sintomas ou teve contato com o vírus com resultado em 15 minutos

Empresa de Brasília importa autoteste  para covid produzido por farmacêutica chinesa para distribuição do produto a quatro redes de farmácia
21 de Fevereiro, 2022 | 04:36 PM

São Paulo — Um lote de 20 milhões de unidades de autoteste de covid deve desembarcar no Brasil no prazo de sete dias, informou a empresa brasiliense CPMH Produtos Hospitalares à Bloomberg Línea, nesta segunda-feira (21). A companhia está importando o produto, autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na última quinta-feira (17), e diz já ter fechado contrato com quatro grandes redes de farmácias do país. Os nomes dos compradores não foram divulgados devido à cláusula de confidencialidade, explicou a CPMH.

No começo do ano, com a explosão de casos da variante ômicron, chegou a faltar teste rápido de covid no varejo farmacêutico do país, com os preços do produto disparando. Antes da proliferação da ômicron, um “teste de farmácia” nas regiões centrais das principais cidades brasileiras custava menos de R$ 100. As principais redes do setor são os grupos Raia Drogasil, DPSP (Drogarias Pacheco e São Paulo), Pague Menos e Panvel.

O primeiro autoteste de covid no Brasil se chama Novel Coronavirus (Covid-19) Autoteste Antígeno (CPMH). O produto é produzido pela empresa chinesa Bioscience(Tianjin) Diagnostic Technology. O autoteste promete o resultado em 15 minutos. Sobre os valores dos autotestes, a CMPH não consegue informar neste momento, já que o processo também envolve diversos cálculos e negociações com outras empresas.

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Segundo a CPMH, o produto pode ser utilizado entre o 1° e o 7° dia do início de sintomas (como febre, tosse, dor de garganta, coriza, dores de cabeça e no corpo, por exemplo). Caso não haja sintomas, ou nos casos que se tenha contato com alguém que testou positivo, é recomendado que se aguarde pelo menos cinco dias para realizar a autotestagem, orienta a empresa.

O autoteste está sob processo de importação e sujeito a trâmites sanitários e da Receita Federal, segundo comunicado divulgado pela CPMH.

“É importante ressaltar que o autoteste não define diagnóstico: o resultado possui caráter meramente orientativo ao paciente, que deve buscar confirmação por meio de um atendimento especializado de profissionais de saúde devidamente autorizados pelos órgãos competentes”, disse Rander Avelar, responsável técnico da CPMH.

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Outras empresas

Outra empresa que vai explorar a venda de autotestes para covid no Brasil é a Vyttra Diagnósticos, empresa de fabricação e distribuição de equipamentos e reagentes para o mercado de diagnósticos in vitro.

A empresa informou estar operando em três turnos e conta com uma capacidade produtiva de 500 mil testes rápidos por semana para Covid-19. Segundo Rubens Freitas, CEO da Vyttra Diagnósticos, o produto contará com diversas apresentações: embalagem com 1, 2, 5 e 10 unidades de autoteste.

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A caixa conterá dispositivo de teste, tubo com solução diluente, swab para coleta da amostra, base para apoio do tubo, saco de descarte e um guia rápido com o passo a passo para auxiliar o consumidor na realização do exame em casa.

Sobre precificação, Rubens informou que as farmácias irão determinar o preço ao consumidor final. “Acreditamos que o autoteste terá um preço mais baixo que os atuais testes disponíveis nas farmácias, uma vez que não há o envolvimento de um profissional de saúde durante o processo”, diz.

A depender da demanda pelo produto, está nos planos da companhia ampliar o seu parque fabril com máquinas automatizadas e/ ou disponibilizar produtos importados ao mercado, divulgou a companhia.

Já a MedLevensohn, que distribui testes rápidos contra a covid no país, também informou estar preparada para importar e distribuir os autotestes em território nacional. Em nota, a empresa disse que a quantidade da primeira importação dependerá da demanda do mercado.

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“A chegada dos autotestes no Brasil representa uma enorme evolução para o nosso mercado de saúde e para o combate a pandemia. Já estamos em fase final de tratativas com os nossos fornecedores internacionais para que possamos trazer o MedTeste Autoteste Covid-19 AG para o Brasil”, disse Anna Luiza Szuster, diretora de relações internacionais e farmacêutica da MedLevensohn, em nota.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.