Fundos da Flórida negociam compra do Vasco e América-MG

777 Partners e DaGrosa Capital estão de olho nos times brasileiros tradicionais, segundo pessoas a par do assunto

Tales Magno do Vasco da Gama joga contra o Goiás no estádio São Januário no Rio
Por David Hellier e Andrew Rosati
19 de Janeiro, 2022 | 02:50 PM

Bloomberg — De olho nos tradicionais times de futebol do Brasil, as empresas de investimento 777 Partners e DaGrosa Capital estão em negociação para comprar o Vasco da Gama e o América-MG, segundo pessoas a par do assunto, após a aprovação de uma lei que incentiva o investimento estrangeiro.

Alvo da 777 de Miami, o Vasco tem uma numerosa torcida, mas também uma grande dívida. A 777 já é dona do Genoa, que joga na Série A da Itália, e tem participação minoritária no Sevilla da Espanha.

A DaGrosa, com sede em Coral Gables, outra cidade da Flórida, negocia com o América Mineiro, time famoso pela descoberta de jovens talentos, como Richarlison de Andrade, que chegou à principal liga do campeonato britânico.

Como a maioria dos clubes no Brasil, América-MG e Vasco são administrados por associações sem fins lucrativos que geralmente realizam eleições para presidente a cada três ou quatro anos. Agora, investidores privados e fundos de participação se movimentam para aproveitar uma nova legislação que permite mudança de controle e modernização das finanças em times profundamente endividados.

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Um representante da 777, que tem como cofundadores Steven Pasko e Josh Wander, não quis comentar. Um porta-voz do América Mineiro não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da reportagem.

Um representante do Vasco da Gama afirmou que o mercado de futebol no Brasil passará por profundas mudanças nos próximos meses e que o clube atraiu o interesse de potenciais investidores. Segundo ele, qualquer proposta será analisada internamente.

A porta-voz Lucia Gonzalez informou que a DaGrosa tem conversas em andamento com um clube brasileiro e que “nada foi decidido ainda”. Segundo ela, a subsidiária Kapital Football Group é o veículo envolvido na potencial transação.

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Na semana passada, em Palm Beach, também na Flórida, o empreendedor digital John Textor concordou em investir cerca de US$ 330 milhões no Botafogo, incluindo a dívida do clube. Torcedores comemoraram nas ruas, na esperança de que a injeção de dinheiro traga de volta o período de glória do time.

Textor, que já tem participação no Crystal Palace do Reino Unido e detém 80% do RWD Molenbeek da Bélgica, disse estar construindo uma “família de clubes relacionados”.

Em dezembro, o lendário atacante Ronaldo Luís Nazário de Lima comprou o controle do Cruzeiro de Belo Horizonte, com a ajuda do banco XP.

Mesmo tendo levado cinco títulos da Copa do Mundo, o Brasil tem clubes profissionais mal administrados e altamente endividados, com problemas que se agravaram devido ao impacto da pandemia de Covid-19.

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