Hong Kong ordena abate de hamsters após casos de variante delta

Escalada ocorreu depois que quase uma dúzia de hamsters importados da Holanda foram infectados com a variante

Todas as lojas de animais de estimação que vendem hamsters em Hong Kong foram obrigadas a fechar imediatamente
Por Jinshan Hong
18 de Janeiro, 2022 | 10:40 AM

Bloomberg — Hong Kong, suspeitando que hamsters importados podem ter espalhado a Covid-19 para humanos, ordenou o abate de milhares de pequenos mamíferos, fechou lojas que os vendiam e enviou mais de 100 clientes de pet shop para quarentena.

A escalada ocorreu depois que quase uma dúzia de hamsters importados da Holanda e vendidos em uma loja de animais local chamada Little Boss foram infectados com a variante delta, que não era detectada na cidade há meses até que uma funcionária testou positivo. Amostras do armazém da loja em outra parte da cidade também continham vestígios do vírus.

Veja mais: África do Sul faz alerta sobre leões infectados com covid

Todas as lojas de animais de estimação que vendem hamsters em Hong Kong -- no total 34 -- foram obrigadas a fechar imediatamente, aguardando mais testes e limpeza, enquanto as pessoas que compraram hamsters recentemente tiveram que entregar os animais às autoridades para abate. As pessoas que compraram hamsters especificamente da Little Boss terão que ir para o campo de quarentena do governo.

PUBLICIDADE

Abate de animais de estimação

Cerca de 2.000 pequenos animais, incluindo hamsters, chinchilas e coelhos, serão abatidos enquanto a importação está suspensa.

Hong Kong luta para acabar com a infecção na cidade, onde dezenas de casos ligados à variante ômicron foram identificados após mais de meio ano sem transmissão local. Autoridades do centro financeiro e da China continental, os últimos lugares do mundo que ainda aderem à abordagem Covid Zero, apontam alimentos congelados, correio internacional e animais como possíveis causas de surtos esporádicos que surgiram apesar de rígidas medidas de controle e rastreamento.

“Internacionalmente, não há evidências de que animais de estimação possam transmitir Covid a humanos”, disse Sophia Chan, secretária de Alimentos e Saúde de Hong Kong, nesta terça-feira. “Para ser prudente, tomaremos medidas preventivas contra todas as possíveis rotas de transmissão que não podem ser descartadas a fim de diminuir o risco de propagação da Covid-19.”

PUBLICIDADE

Infecções raras

Embora animais possam contrair o coronavírus de humanos, não há evidências muito claras de que a transmissão acontece no sentido contrário. A maioria dos animais infectados estudados tem baixas cargas virais, dificultando a transmissão do patógeno. Casos de humanos infectados após contato com um animal doméstico infectado são raros.

A situação atual começou quando uma funcionária de uma loja de animais foi infectada com a variante delta no início desta semana. A mulher de 23 anos não viajou internacionalmente nem interagiu com alguém que tivesse com alto risco, criando um mistério sobre como ela contraiu a variante que não circulava na cidade.

Uma cliente que interagiu com a balconista também foi infectada, enquanto sua filha, que comprou o hamster, testou negativo.

O abate de hamsters é a mais recente intensificação de restrições à Covid, depois que bares, academias e cinemas foram fechados no início deste mês para retardar a propagação da ômicron. As autoridades também proibiram voos de oito países, além de exigir 21 dias de quarentena para a maioria dos viajantes.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

BC do Japão afasta possibilidade de retirada de estímulos