Suécia terá primeira-ministra em escolha inédita no Parlamento

Conquista ocorre um século depois de as mulheres suecas obterem direito a voto

Ministra das Finanças desde 2014, Andersson foi escolhida primeira-ministra do país
Por Niclas Rolander
24 de Novembro, 2021 | 01:26 PM

Bloomberg — A ministra das Finanças da Suécia, Magdalena Andersson, tornou-se primeira-ministra da maior nação nórdica depois de vencer uma pequena votação no Parlamento. O país nunca havia contado com uma mulher no cargo.

Um acordo de última hora com o ex-comunista Partido de Esquerda garantiu que a maioria dos legisladores aceitasse a líder social-democrata, 100 anos depois que as mulheres no país, conhecido por suas premissas igualitárias, puderam exercer pleno direito de voto.

“Estou pronta para liderar um governo que faça o que for preciso para resolver os problemas da Suécia”, disse Andersson, ministra das Finanças desde 2014, em entrevista coletiva após a votação. “Fui eleita a inédita primeira-ministra da Suécia e também estou ciente do que isso significa para as meninas que crescem em nosso país”.

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Andersson enfrenta uma legislatura fragmentada depois que a política da nação nórdica foi chacoalhada pelo surgimento dos democratas suecos de extrema direita, à medida que o aumento do crime com armas de fogo e da tensão sobre a imigração levaram à desilusão dos eleitores. Seu governo ocupa apenas cerca de um terço dos assentos do parlamento e, na quarta-feira (24), sua proposta de gastos para o ano que vem deve ser rejeitada em favor de um projeto de lei da oposição.

A votação do orçamento ilustra que o tipo de negociação que levou o antecessor de Andersson, Stefan Lofven, ao poder, pode ser coisa do passado.

Embora Lofven tenha conseguido formar um governo após uma eleição inconclusiva de 2018 ao cooperar com oponentes, uma solução semelhante parece distante para Andersson, já que os partidos de centro-direita retiraram seu apoio ao mesmo tempo em que a esquerda assumiu uma postura mais assertiva.

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Perder a votação do orçamento significaria que o gabinete de Andersson terá de governar com base em propostas da oposição que envolvem uma redução dos impostos sobre a gasolina e mais financiamento para o sistema judiciário, ao passo que seus planos de incentivos fiscais, bem como uma semana extra de folga para as famílias, serão descartados. Andersson declarou que o resultado é lamentável, mas que ainda pode governar o país com base no projeto de lei da oposição.

No total, o projeto de lei da oposição realoca cerca de 20 bilhões de coroas suecas (US$ 2,2 bilhões) dos 74 bilhões em gastos extras que o governo havia proposto para o próximo ano.

As próximas eleições gerais da Suécia estão programadas para setembro de 2022, e as pesquisas de opinião não indicam um vencedor claro.

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