Startup de beleza levanta capital para aproveitar boom na Índia

Empresa oferece 50 mil produtos de mais de mil marcas, incluindo itens de marca própria

Varejista foca em consumidor de classe média
Por Saritha Rai
31 de Outubro, 2021 | 12:37 PM

Bloomberg — A Purplle, varejista de e-commerce de produtos de beleza apoiada pelo Goldman Sachs Group, está levantando fundos em valuation de US$ 630 milhões, e sua rival Nykaa está executando sua oferta pública inicial.

A Kedaara Capital liderou a nova rodada de financiamento de US$ 75 milhões, disse a Purplle na sexta-feira (29) em comunicado. A startup usará os recursos para impulsionar a inovação em produtos de beleza e deseja multiplicar sua receita nos próximos anos. Os já investidores Sequoia Capital e Blume Ventures participaram da rodada.

A Purplle concorre com a Nykaa, empresa maior que busca valuation de US$ 7,4 bilhões em sua IPO, atualmente em andamento. O setor de e-commerce da Índia está na crista da onda desde o início da pandemia, com varejistas de nichos crescendo rapidamente e atendendo aos consumidores jovens do país que fazem compras on-line. A categoria de beleza e bem-estar é particularmente mal atendida por varejistas tradicionais, abrindo caminho para que startups como a Purplle vigorem.

Com razão social “Manash Lifestyle Private”, a Purplle foi criada em 2012 por Manish Taneja, Rahul Dash e Suyash Katyayani, três engenheiros do Instituto Indiano de Tecnologia. A empresa cresceu seu valor bruto de mercadoria em 90% ao ano nos últimos três anos e possui sete milhões de usuários ativos mensais.

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A startup oferece 50 mil produtos de beleza, ferramentas de maquiagem e acessórios de mais de mil marcas em seu site e aplicativo. “Os investidores são atraídos pelo grande tamanho do mercado, altas margens brutas e alta reincidência de compras que caracterizam o varejo de beleza on-line”, disse Taneja, cofundador e CEO, em entrevista.

A startup do ex-banqueiro de investimento tem como alvo donas de casa de classe média de cidades menores como Mangalore, Kanpur e Coimbatore conscientes dos preços e que e vivem de maneira semelhante àquela que o próprio Taneja viveu nos arredores de Delhi.

“Visamos os consumidores de classe média da Índia”, disse ele. “Queremos ser a Robinhood do mercado de beleza da Índia”. Assim como a Nykaa, a startup também vende produtos de marca própria. Os consumidores indianos estão cada vez mais adotando marcas mais novas e com preços baixos, muitas das quais promovem produtos sem aditivos químicos. O mercado está se aquecendo com a nova concorrência de empresas como a MyGlamm, apoiada pela Amazon.com.

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Nove em cada 10 jornadas de consumidores de beleza na Índia incluem algum ponto de contato digital, segundo pesquisa realizada pelo Google, pela WPP e pela Kantar no ano passado. O estudo também mostrou que a maioria dos clientes não era fiel a nenhuma marca específica e preferia produtos com informações facilmente identificáveis, sendo atraída por opções personalizadas.


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