Rede social de investimento Gank recebe R$ 8 mi para iniciar operação

Inspirada no universo dos games, startup terá corretagem grátis e planeja permitir com que um usuário aprenda com a experiência de outro

Experiência dos games para os investimentos
21 de Setembro, 2021 | 05:49 AM

São Paulo — A startup Gank, uma mistura de homebroker e rede social de investidores pessoa física, recebeu um aporte inicial de R$ 8 milhões para iniciar sua operação agora em outubro. A rodada de investimento semente (seed) foi liderada pela gestora de venture capital Canary e contou com participação também da Global Founders Capital (GFC).

A Gank planeja reproduzir no Brasil a experiência recente da americana Public.com, que reúne em um mesmo aplicativo um homebroker e uma rede social em que os investidores pessoa física trocam dicas de investimentos em ações e compartilham informações sobre o desempenho de seus portfólios.

Para Breno Fortuna, fundador da startup, a maior barreira de entrada hoje para o investidor pessoa física começar a aplicar na bolsa é a dificuldade na tomada de decisão diante da variedade de opções e da falta de clareza para entender riscos, oportunidades e custos das operações. Por esse motivo, disse ele, a Gank planeja permitir com que um usuário aprenda com a experiência de outro.

“Ninguém vai mostrar valores aplicados, mas o percentual das carteiras aplicado em determinadas ações, por exemplo. E apenas para quem o usuário autorizar essa visualização”, disse Fortuna à Bloomberg Línea.

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Universo dos gamers

Akamine, Fortuna e Batalha, sócios do Gank: rede social e investimentos em açõesdfd

O nome Gank vem do universo dos games e é usado para descrever quando vários jogadores se juntam contra um adversário comum. “Queremos criar um ambiente em que o usuário esteja conectado com pessoas em que confia, sejam elas influenciadores, consultores financeiros, amigos ou parentes. Assim, poderá trocar informações, avaliar quais são as melhores oportunidades do mercado e tomar melhores decisões para montar seu portfólio”, disse.

Fortuna, que tem passagens pelo banco Rothschild e pela startup Mimic, aposta que o aplicativo despertará o interesse de investidores jovens, entre 19 anos e 34 anos, das gerações millennial e z, que nasceram conectados e têm forte referência nos games e nas redes sociais.

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Ao entrar no aplicativo pela primeira vez, o usuário precisa selecionar um objetivo principal, como multiplicar seu patrimônio ou garantir uma fonte de renda extra. Em seguida, poderá se conectar com outros investidores ou influenciadores, além de enviar perguntas para a comunidade, receber dicas de especialistas e conferir o portfólio dos seus amigos para saber em quais companhias estão investindo.

Para trazer fluxo ao aplicativo, a Gank planeja oferecer corretagem grátis para as transações. Inicialmente, o aplicativo negociará apenas ações, mas a ideia é que permita no futuro outras aplicações, como fundos listados na bolsa, criptoativos, renda fixa, ativos no exterior, entre outros.

A infraestrutura de negociação será da Ideal Corretora, que levará as ordens até a B3. Os usuários não precisarão fazer impute manual de dados de portfólio, apenas autorizar a captação de suas informações pelo sistema da bolsa.

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Toni Sciarretta

News director da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura diária de finanças, mercados e empresas abertas. Trabalhou no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo. Foi bolsista do programa de jornalismo da Universidade de Michigan.