Mercados da Europa e dos EUA buscam pistas sobre inflação e economia

Bolsas europeias ficam voláteis antes de dados de inflação; futuros nos EUA caem em dia de vencimento de contratos

Investidores estão atentos aos dados de expansão econômica e inflação; vencimentos de contratos nos EUA prometem volume e volatilidade
17 de Setembro, 2021 | 07:23 AM

Barcelona, Espanha — As preocupações com a inflação voltam ao topo da lista nos mercados internacionais. Na Europa, os investidores traçam conjecturas de como o aumento dos preços de energia, que alcançaram níveis recordes, podem afetar a economia. As principais bolsas europeias, que abriram em alta, agora operam mistas, enquanto nos Estados Unidos os futuros de ações patinavam entre o positivo e negativo para depois se firmarem no vermelho.

  • Na agenda europeia está o índice de preços ao consumidor (IPC) da Zona do Euro em agosto. De um lado, o mercado avalia a os efeitos da crise de abastecimento, que fez disparar os preços da energia no continente e ameaça descarrilar a recuperação econômica da região. Os preços do gás na Europa mais do que triplicaram este ano, enquanto os custos de energia quase dobraram.
  • Ao mesmo tempo, os analistas ponderam como os indicadores de vendas respingarão sobre a inflação. As vendas no varejo do Reino Unido caíram pelo quarto mês em agosto, o mais longo período de declínio em pelo menos 25 anos, contrariando as expectativas de alta do mercado.
  • O volume de mercadorias vendidas nas lojas e online caiu 0,9%, após uma queda de 2,8% em julho, informou a Agência Nacional de Estatísticas do Reino Unido nesta sexta-feira. As vendas de alimentos caíram drasticamente, refletindo o deslocamento dos gastos dos consumidores para bares, restaurantes e entretenimento com a reabertura dos comércios.

Bolsas voláteis e operadores vigilantes

Às 7h15, horário de Brasília, os mercados acionários na Europa se comportavam desta maneira:

  • Stoxx 600 Europe Index estava praticamente estável aos 465 pontos
  • Alemão DAX perdia 0,13%, para 15.631 pontos, depois de abrir em alta
  • Em Paris, o CAC 40 caía 0,06%, situando-se nos 6.618 pontos
  • O londrino FTSE 100 caía 0,04%, aos 7.020 pontos
  • IBEX 35 aumentava 0,53%, para 8.780 pontos

Futuros de ações nos EUA

No mercado americano, além repercutir dados macroeconômicos, os investidores se dedicam ao vencimento de contratos de futuros e opções sobre índices, futuros sobre ações e opções de ações. O Quadruple Witching, como é chamado, ocorre uma vez por trimestre, na terceira sexta-feira de março, junho, setembro e dezembro, e testemunha um grande volume de negócios.

O mercado também acompanha a divulgação do índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan.

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  • O S&P 500 futuro caía 0,24% às 12h15 CEST (7:15 no horário de Brasília), para os 4.453 pontos
  • Os contratos indexados ao índice Dow Jones perdiam 0,20%, somando 34.556 pontos
  • Os contratos futuros indexados ao índice Nasdaq baixavam 0,20%, para 15.479 pontos

Fechamento de Wall Street

Na sessão de ontem, o S&P caiu 0,16%, para 4.473 pontos. O Nasdaq 100, ao contrário, valorizou-se 0,13% (15.181 pontos). Já o Dow Jones Industrial perdeu 0,18%, alcançando os 34.751 pontos.

A principal notícia de ontem no front macroeconômico foram as vendas de varejo nos país, que aumentaram inesperadamente em agosto. O aumento das compras na maioria das categorias mais do que compensou a fraqueza das concessionárias de automóveis, mostrando resistência na demanda dos consumidores por bens.

  • O valor das compras totais no varejo subiu 0,7% no mês passado, depois de uma queda de 1,8% em julho. Excluindo os automóveis, as vendas avançaram 1,8% em agosto, o maior aumento em cinco meses.

Apesar dos dados sugerirem recuperação econômica, os EUA registraram 332 mil pedidos iniciais por seguro-desemprego na última semana, acima dos 312 mil registrados na semana anterior, segundo dados divulgados ontem.

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Mercados asiáticos

As bolsas asiáticas voltaram ao azul com os investidores buscando barganhas. O índice Xangai subiu 0,19%, para os 3.613 pontos. O índice Hang Seng, de Hong Kong, fechou com 1,03% de alta, situando-se nos 24.920 pontos. O japonês Nikkei 225 avançou 0,58%, aos 30.500 pontos.

O mercado olha de perto o ritmo de recuperação econômica da China, cujas vendas no varejo desaceleraram para 2,5% em relação a um ano atrás, e o aperto regulatório que está gerando perdas bilionárias para os gigantes da internet.

O risco de calote da promotora imobiliária Evergrande continua respingando nos mercados financeiros chineses. Caso se confirme, a empresa, com passivos que superam os US$ 300 bilhões, pode deixar na mão mais de 70.000 investidores.

Ver mais: Magnata chinês do e-commerce perde US$ 27 bi com aperto regulatório

Confira o comportamento de outros mercados na manhã de hoje:

Petróleo

O petróleo apresentava queda, mas mesmo assim está no caminho para seu quarto ganho semanal, a melhor corrida desde o início de julho, apoiado por sinais de um mercado mais reduzido.

  • Em Nova York, os contratos futuros de petróleo declinavam 0,85% às 7h15 no horário de Brasília, para US$ 71,99 o barril.

Moedas

  • O euro subia 0,14%, para US$ 1,1782
  • O iene ganhava 0,21%, para US$ 109,98
  • A libra esterlina caía discretamente, 0,09%, cotada a US$ 1,3779

Ouro

  • Ouro à vista subia 0,7%, para US$ 1.765 a onça troy

Cripto

  • O bitcoin subia 1,05%, para US$ 47,598

-- Com informações da Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.