Mercados internacionais aguardam dados de inflação antes de fazerem suas apostas

Em busca de pistas sobre política monetária, bolsas europeias e futuros de ações nos EUA operam com volatilidade e sem definição de rumo

expectativas em torno da inflação trazem volatilidade aos negócios com ações na Europa o aos contratos futuros em Wall Street
14 de Setembro, 2021 | 07:14 AM

Barcelona, Espanha — A inflação continua no ponto de mira dos investidores e a expectativa em torno do índice traz volatilidade aos negócios com ações na Europa o aos contratos futuros em Wall Street. Hoje, o mercado conhecerá os dados sobre a inflação ao consumidor dos Estados Unidos, para o qual se espera uma taxa anual de ao menos 5%, o que configuraria o quarto mês de incremento nos preços.

Antes de optarem uma exposição maciça aos ativos, os investidores preferem conhecer os índices inflacionários para avaliar como esta informação pode afetar as já abaladas cadeias de abastecimento. Estes dados também são cruciais para o mercado inferir sobre quando o Federal Reserve (Fed) reduzirá seu programa de estímulo econômica e em que proporção se dará o aumento dos juros.

Os mercados na Europa se guiam, também, pelo comportamento dos preços e como isso respingará na política monetária de seus bancos centrais.

O comportamento do mercado de trabalho também tem sido vigilado para indicar como a inflação reagirá mais adiante. No Reino Unido, por exemplo, o mercado de trabalho se manteve dinâmico durante o verão, apesar do ressurgimento de casos de vírus e interrupções de fornecimento que pesaram sobre o crescimento econômico. O número de trabalhadores nas folhas de pagamento das empresas do Reino Unido subiu acima de seu nível pré-pandêmico. Houve um aumento de 35% nas vagas de emprego no trimestre para, 1,03 milhão.

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A ações do setor de recursos básicos caíam nas bolsas europeias, repercutindo a queda do minério de ferro pelo quinta dia consecutivo e as restrições de produção na China.

Bolsas europeias entre o azul e o vermelho

Às 12h05 CEST (7h05 horário de Brasília), os mercados acionários na Europa se comportavam desta maneira:

  • o Stoxx 600 Europe Index caía 0,08%, para 467 pontos
  • o alemão DAX avançava 0,10%, para 15.717 pontos
  • em Paris, o CAC 40 perdia 0,56%, situando-se nos 6.639 pontos
  • o FTSE 100 baixava para os 7.048 pontos, com 0,28% de queda
  • o IBEX 35 aumentava 0,16%, para 8.830 pontos

Futuros de ações nos EUA

No mercado financeiro dos Estados Unidos, além do índice de inflação ao consumidor (CPI na sigla em inglês), estão no radar o índice de vendas no varejo e a produção industrial norte-americana, estes últimos previstos para amanhã.

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  • o S&P 500 futuro subia discretos 0,05% às 12h05 CEST (7h05 horário de Brasília), para os 4.461 pontos
  • os contratos indexados ao índice Dow Jones avançavam 0,03%, somando 34.763 pontos
  • os contratos futuros indexados ao índice Nasdaq iam na contramão com 0,03% de queda, para 15.425 pontos

Wall Street ontem

Ontem, o S&P subiu 0,23%, para 4.468 pontos. O Nasdaq 100 recuou ligeiramente 0,07% (15.105 pontos) enquanto o Dow Jones Industrial subiu 0,76%, para 34.869 pontos.

Mercados asiáticos

O foco permaneceu voltado aos dados macroeconômicos que serão divulgados amanhã: vendas varejistas China, preços de propriedades e produção industrial.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, fechou com 1,21% de baixa, situando-se nos 25.502 pontos. Já o índice Xangai mostrou 1,42% de queda e 3.662 pontos.

No caminho inverso, o japonês Nikkei 225 subiu 0,73%, aos 30.670 pontos. Trata-se de seu terceiro dia de alta e o nível mais alto desde agosto de 1990. As ações japonesas vinha enunciando instabilidade em relação aos seus pares na Europa e nos EUA devido a incertezas políticas e um lento processo de vacinação. Porém, o ontem o Japão ultrapassou os EUA na proporção dos que receberam as primeiras doses de vacina Covid-19, com 63,6% da população. Agora, mais de 51% dos cidadãos japoneses estão totalmente vacinados.

Confira o comportamento de outros mercados na manhã de hoje:

Petróleo

Outro furacão ameaça um importante centro energético dos EUA semanas depois de o Ida ter atingido a produção local. O furacão Nicholas chegou ao Texas trazendo chuvas torrenciais que ameaçam desencadear inundações em Houston e partes da Louisiana.

Ontem, a Agência Internacional de Energia informou em um relatório que o mundo terá que esperar até outubro para fornecimentos adicionais de petróleo, já que as perdas de produção de Ida acabam com os aumentos da OPEP+. A oferta global caiu 540.000 barris por dia em agosto devido a interrupções inesperadas e ficará estável neste mês.

  • em Nova York, os contratos futuros de petróleo subiam 0,54% às 12h05 CEST (7h05 horário de Brasília), para US$ 70,83 o barril.

Moedas

  • o euro caía 0,01%, para US$ 1,1811
  • o iene avançava 0,05%, para US$ 110,06
  • a libra esterlina valorizava-se 0,17%, cotada a US$ 1,3862

Ouro

  • ouro à vista cedia 0,3%, para US$ 1.787 a onça troy

Cripto

  • o bitcoin subia 1,64%, para US$ 45,884

-- Com informações da Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.