Vacina contra Covid: Brasil supera os EUA na contagem da primeira dose

Plano de aplicar doses de reforço das vacinas contra Covid-19 a alguns grupos a partir de meados de setembro deve impulsionar a campanha ainda mais

Alguns estados como São Paulo relatam uma taxa de imunização de mais de 97% entre adultos quando se trata das primeiras doses
Por Fernando Travaglini
30 de Agosto, 2021 | 04:55 PM

Bloomberg — O Brasil se tornou o último grande país a ultrapassar os Estados Unidos na porcentagem de cidadãos que receberam pelo menos uma dose da vacina contra o coronavírus conforme a campanha de imunização do governo ganha velocidade e a resistência diminui.

Cerca de 63% dos brasileiros já receberam pelo menos uma dose, contra 62% das pessoas nos EUA, de acordo com o Covid-19 Vaccine Tracker da Bloomberg. Países como Alemanha, França e Reino Unido vacinaram pelo menos 65% da população com uma única dose, mostram os dados.

A linha branca representa a porcentagem da população completamente imunizada no Brasil, 28,12%. Por completamente imunizada entende-se quem tomou as duas doses ou a vacina de dose únicadfd

Embora o Brasil tenha demorado para começar a administrar as vacinas, aplicando as primeiras doses em meados de janeiro e muitas vezes lutando contra a escassez, a campanha ganhou ímpeto. Contando com um sistema de saúde público descentralizado que é conhecido por se destacar em imunizações em massa, o país implantou regularmente mais de duas milhões de vacinas por dia neste mês, de acordo com a média móvel de 10 dias compilada pela Bloomberg.

A hesitação vacinal também diminuiu, com alguns estados como São Paulo relatando uma taxa de imunização de mais de 97% entre adultos quando se trata das primeiras doses.

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A imunização completa, no entanto, ainda é lenta. A dependência do Brasil de suprimentos estrangeiros e o longo intervalo entre as doses - as vacinas da Pfizer e AstraZeneca estão sendo administradas com 12 semanas de intervalo, enquanto a Coronavac tem um mês de intervalo - leva a um resultado de apenas 28% da população com a imunização completa, quase metade do nível dos EUA.

Na semana passada, o Ministério da Saúde anunciou que irá encurtar o intervalo entre a primeira e a segunda doses para oito semanas, o que pode dar outro impulso à campanha de imunização em massa. Também já há o plano de aplicar doses de reforço das vacinas contra Covid-19 a alguns grupos a partir de meados de setembro.

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O país, que está entre os mais afetados do mundo quando se trata de mortes e infecções por Covid, vê a pandemia diminuir. Em toda a semana passada, morreram, ao todo, 4.801 pessoas, número alto, mas que representa décima queda consecutiva. É o menor patamar desde janeiro.

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