Aqui estão os principais pontos do discurso de Biden sobre o Afeganistão

Na pior crise que enfrentou desde que chegou à Casa Branca, o presidente Joe Biden admitiu a surpresa com o avanço do Taliban sobre Cabul e culpou afegãos por não lutarem por seu país

Bloomberg Línea
16 de Agosto, 2021 | 05:43 PM

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um discurso sobre a retirada das tropas americanas no Afeganistão, na tarde desta segunda-feira (16).

Pressionado por sua primeira grande crise na Casa Branca, Biden disse que ele não legaria a guerra do Afeganistão para um “5º presidente americano (antes dele, a guerra que começou em 2001, com George W. Bush e atravessou os mandatos de Barack Obama, Donald Trump até chegar ao atual mandato).

A surpresa com a queda de Cabul

Num dos pontos mais importantes, o presidente admitiu que foi surpreendido pela tomada de Cabul pelo Taliban no domingo, muito antes do que esperava – o que indica uma possível falha nos serviços de inteligência.

“A verdade é que o Afeganistão caiu antes do que nós esperávamos. Os líderes do Afeganistão fugiram. E os militares do Afeganistão estão fugindo. Nós demos treinamento, nós financiamos com o equivalente a muitos países da Otan e eles simplesmente desistiram de lutar pelo seu futuro”.

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A crise dos direitos humanos e tropas para evacuação

As cenas chocantes de milhares de pessoas invadindo o aeroporto de Cabul e tentando escapar a qualquer custo do país retomado pelo Taliban reforçaram o temor de violação de direitos humanos.

Biden disse que ele e sua equipe de segurança nacional estão “monitorando de perto a situação no Afeganistão” e estão se preparando para executar planos para uma série de contingências, incluindo o “colapso rápido que estamos vendo agora”.

O presidente afirmou que vai garantir o status de refugiados para quem trabalhou para os americanos. Estes são os primeiros alvos de uma virtual vingança pelos novos ocupantes do poder no país. Biden disse que vai enviar mais 6.000 militares para realizar a evacuação de americanos e afegãos que trabalharam para os americanos.

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A metástase da ameaça terrorista

O presidente americano disse que a missão dos EUA no Afeganistão foi a de combater o terrorismo e não “construir uma nação” (”nation building”, no original).

Ele acrescentou que a ameaça terrorista “sofreu uma metástase” para muito além do país, mas afirmou que os EUA continuarão a lutar contra o terrorismo no Afeganistão mesmo após a retirada.

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Graciliano Rocha

Editor da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela UFMS. Foi correspondente internacional (2012-2015), cobriu Operação Lava Jato e foi um dos vencedores do Prêmio Petrobras de Jornalismo em 2018. É autor do livro "Irmã Dulce, a Santa dos Pobres" (Planeta), que figurou nas principais listas de best-sellers em 2019.