Preços de imóveis disparam pelo mundo e mercado tem ‘déjà vu’ da bolha de 2008

Trabalhadores remotos que precisam de mais espaço e os incentivos fiscais oferecidos por alguns governos a compradores de imóveis motivam aumento de demanda

Trabalhadores remotos que precisam de mais espaço e os incentivos fiscais oferecidos por alguns governos a compradores de imóveis motivam a demanda
Por Enda Curran
14 de Junho, 2021 | 06:57 PM

(Bloomberg) — Os preços de imóveis pelo mundo estão mostrando sinais de bolha especulativa que não eram vistos desde a crise financeira de 2008, segundo a Bloomberg Economics.

Nova Zelândia, Canadá e Suécia estão entre os maiores mercados imobiliários do mundo, com base nos principais indicadores utilizados pela Bloomberg Economics. O Reino Unido e os Estados Unidos também estão no topo das listas de risco.

Trabalhadores remotos que precisam de mais espaço e os incentivos fiscais oferecidos por alguns governos a compradores de imóveis também motivam a demanda.

“Diversos fatores estão estabelecendo valores de imóveis inéditos no mundo”, afirmou o economista Niraj Shah no relatório. “O recorde de juros baixos, os estímulos fiscais, as economias feitas no lockdown prontas para serem usadas como entrada, o estoque limitado de imóveis e as expectativas de uma recuperação robusta na economia global contribuem para isso”.

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A Bloomberg Economics compila cinco indicadores para estimar a bolha especulativa de um país, e um alto índice indica maior risco de correção. Entre os indicadores, as relações preço x aluguel e preço x renda ajudam a avaliar a sustentabilidade dos aumentos nos preços. O aumento nos preços dos imóveis afere o momento atual.

Para muitos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, os índices de preços estão mais altos do que estavam antes da crise financeira de 2008, segundo analistas da Bloomberg Economics.

Ranking das bolhas

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Mesmo com o aumento das métricas de risco, com as baixas taxas de juros, os padrões de empréstimo mais altos que no passado e as políticas macroeconômicas prudentes em vigor, o gatilho de uma crise não é óbvio, segundo a análise. Shah disse que o próximo período provavelmente será caracterizado pela calmaria, não pelo colapso.

Ainda assim, o risco é maior quando há um aumento sincronizado nos preços de imóveis – como é o caso do ciclo atual, segundo Shah.

“Quando os custos de empréstimos começarem a aumentar, os mercados imobiliários e as medidas mais amplas estabelecidas para proteger a estabilidade financeira passarão por um teste crítico”, escreveu Shah.

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