‘Queremos estar prontos para um IPO’, diz primeiro CFO da Rappi

Tiago Azevedo, ex-chefe financeiro do Mercado Livre no Brasil, diz à Bloomberg News diz que está focado em estruturar a Rappi para uma eventual listagem; ele ingressou na empresa em fevereiro

Entregador da Rappi, na Colômbia. A startup atingiu uma avaliação de US$ 5,25 bilhões em julho de 2021
Por Giovanna Bellotti Azevedo
11 de Abril, 2024 | 02:33 PM

Bloomberg — A Rappi, uma das startups mais valiosas da América Latina, contratou seu primeiro diretor financeiro (CFO) para preparar a empresa de entregas para uma eventual oferta pública inicial (IPO).

Tiago Azevedo ingressou no final de fevereiro na diretoria C-Level da Rappi, baseado em São Paulo, após passagens como chefe financeiro das divisões brasileiras do Mercado Livre (MELI) e The Hershey Company (HSY).

A Rappi, com sede em Bogotá, se expandiu pela América Latina desde a sua fundação em 2015 e atingiu o breakeven pela primeira vez no final de 2023. A empresa ainda está crescendo, injetando dinheiro no México, seu maior mercado, e no Brasil após a aquisição de um competidor.

“Queremos preparar a Rappi para estar pronta para um IPO no momento em que fizer sentido,” disse Azevedo à Bloomberg News, na primeira entrevista depois de assumir o cargo, em São Paulo. “Não temos uma pressa para isso, ainda que, a partir de agora, a gente esteja bem estável em termos de rentabilidade e na nossa projeção de geração de caixa.”

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Após desacelerar nos últimos dois anos, o mercado de ofertas iniciais de empresas de tecnologia se recuperou nos Estados Unidos, com as operações da Ibotta, apoiada pelo Walmart, da plataforma de mídia social Reddit e a startup de segurança de dados Rubrik, apoiada pela Microsoft, que fizeram IPOs neste ano.

Azevedo disse que está focado em estruturar a Rappi para uma eventual listagem, ainda que a empresa não tenha definido um cronograma. “Se tudo der certo, o IPO deve vir no futuro”, ele disse.

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Oscar Herrera supervisionou as tarefas financeiras antes da chegada de Azevedo. A empresa gerou cerca de US$ 800 milhões em receita anual líquida.

A empresa cortou custos de marketing como parte de um plano para conter a queima de caixa. Melhores algoritmos de entrega, segundo Azevedo, ajudaram a focar os serviços nos clientes que pagam taxas de assinatura.

Fundada em 2015, a Rappi passou de um negócio de entrega de alimentos e restaurantes para um aplicativo que oferece de tudo, desde pacotes de viagens até ofertas de crédito. A startup atingiu uma avaliação de US$ 5,25 bilhões em julho de 2021, última data para a qual há dados disponíveis.

Os investidores incluíram Sequoia Capital, T. Rowe Price e SoftBank Group, este último com um investimento de US$ 1 bilhão em 2019.

A Rappi aposta em uma funcionalidade que promete fazer entregas em 10 minutos ou menos, conhecida como “Turbo”. Além disso, reservou US$ 110 milhões para investimentos nas operações no México e planeja integrar a Box Delivery em sua unidade no Brasil.

A empresa comprou a Box no ano passado, em sua maior aquisição de todos os tempos, para ajudá-la a expandir seus serviços de logística e entrega.

A Rappi vê uma abertura para ganhar espaço no Brasil após uma decisão do Cade que afeta a forma como o seu concorrente, o iFood, assinava acordos de exclusividade com grandes cadeias de restaurantes.

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A decisão “nos permite então ter um portfólio de restaurantes muito mais competitivo do que sempre tivemos. Grandes redes como McDonald’s, Habib’s e China in Box vão entrar na nossa plataforma.”

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